Page 161 - Reino Silencioso_O Mistério dos Corais Desaparecidos
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A expedição partiu ao amanhecer para ver de perto a forma-
ção avistada.
No barco, o silêncio reinava — um silêncio que pesava mais
que o próprio oceano. Ao se aproximarem do ponto indicado, avis-
taram os primeiros sinais: garrafas à deriva, redes enroscadas em
algas, brinquedos quebrados entre conchas e plásticos com etique-
tas de décadas passadas.
Mas nada os preparou para o que viram a seguir.
A "ilha" surgia como um monstro adormecido. Um amonto-
ado flutuante de lixo, plástico e detritos, se estendendo até onde os
olhos podiam alcançar. Havia calçados, bonecas, embalagens de
shampoo, canudos, tambores industriais. Tudo preso numa massa
compacta, mas viva — movendo-se com o pulso das marés.
— “Parece um cemitério,” sussurrou Helena. “De tudo que
descartamos... e esquecemos.”
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