Page 162 - Reino Silencioso_O Mistério dos Corais Desaparecidos
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Lívia, com o coração apertado, apertou a cápsula que carre-
gava no bolso do colete. — “Se o recife é o coração do oceano, isso
aqui é sua ferida aberta.”
Ao desembarcarem na borda da ilha de plástico, o chão ran-
gia. Era como caminhar sobre um tecido tenso, feito de lixo com-
primido. Cada passo afundava um pouco — um colchão instável de
tudo que a humanidade já descartou.
Lívia, de luvas e máscara, retirou um pedaço de embalagem
semi-enterrada. A data de validade dizia 1998.
— “Isso estava no mar antes de eu nascer,” murmurou.
Miguel apontou para uma tartaruga enroscada em uma rede.
Noah correu com cuidado, cortando os fios. A tartaruga, livre, mer-
gulhou devagar para a liberdade, mas deixou para trás arranhões
profundos no casco, uma cena difícil para os guardiões.
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