Page 169 - Reino Silencioso_O Mistério dos Corais Desaparecidos
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A plateia aplaudiu de pé. E naquele instante, sob o teto do
Instituto, os oceanos do mundo todo pareceram se unir num só
compasso.
Após a apresentação de Lívia e seus amigos, o palco recebeu
uma sequência de vozes jovens e corajosas que pareciam falar com
o próprio espírito do oceano. A plateia se calava, não por obrigação,
mas por respeito. Cada novo discurso era uma onda de emoção,
uma corrente de esperança que atravessava fronteiras invisíveis.
Uma menina de cabelos trançados, chamada Aisha, vinda de
uma vila costeira na Tanzânia, contou como sua comunidade res-
gatava tartarugas presas em redes de pesca e replantava mangue-
zais com as próprias mãos. Quando terminou, ergueu um punhado
de sementes de mangue e declarou, com voz firme:
— “Nós não temos muito, mas temos as raízes. E toda raiz
sabe o caminho de volta.”
Depois veio Javier, um garoto mexicano que cresceu entre
recifes e tempestades, contando como usava drones feitos com pe-
ças recicladas para monitorar áreas marinhas protegidas. E uma jo-
vem cientista da Noruega compartilhou dados sobre como as algas
marinhas poderiam ser a chave para reduzir o carbono no planeta
— mas fez isso com um violino no colo, tocando ao final uma música
suave inspirada no som das baleias.
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