Page 109 - Reino Silencioso_O Mistério dos Corais Desaparecidos
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Helena organizava os frascos de amostras e os cartões de memória, cada item
um pedaço de um quebra-cabeça sombrio.
Noah, no leme, navegava com expressão grave. O mar parecia mais difícil de
atravessar naquele dia, como se os ventos também soubessem da dor que carrega-
vam.
Em meio a essa quietude carregada, Lívia fechou os olhos por um instante,
deixando-se embalar pelo som ritmado das ondas contra o casco.
Quando o barco ancorou na pequena enseada protegida, o sol já começava a
se deitar no horizonte, tingindo o céu de tons dourados e púrpura.
O grupo reuniu-se no convés, Helena abriu o mapa marítimo e apontou para
uma área que até então haviam evitado — uma zona interditada desde a década de
1990, após um grande vazamento industrial.
— Se as correntes trouxeram os fragmentos até aqui, a origem deve ser mais
ao norte — explicou, traçando com o dedo a provável rota.
Takashi assentiu, já fazendo cálculos em seu tablet.
— Precisamos mapear essa rota... e registrar cada evidência. Se formos fundo
o bastante, podemos encontrar a origem dessa "tempestade invisível".
Noah olhou para todos, a expressão firme, mas seus olhos denunciavam a
inquietação.

