Page 147 - Reino Silencioso_O Mistério dos Corais Desaparecidos
P. 147
— “Isso aqui não é só lixo,” disse ela, finalmente. “É o espelho da gente.”
E foi ali, entre o horror e a indignação, que Takashi teve uma ideia: usar sen-
sores e drones para mapear a ilha, entender sua origem, sua rota… e quem sabe, en-
frentá-la com ciência, arte e coragem.
— “Talvez essa ilha não devesse existir,” ele disse.
— “Mas já que existe… que ela nos obrigue a mudar.”
De volta ao barco, o silêncio era pesado. Cada um olhava para o horizonte,
mas enxergava algo dentro de si: culpa, espanto… e uma vontade crescente de fazer
algo.
Lívia folheava seu caderno, que agora tinha uma nova aba: Ilha do Nunca.
Ali, esboçava ideias de campanhas, desenhos de painéis flutuantes educativos, até
uma exposição itinerante que mostrasse a verdade por trás da “mancha colorida” nos
oceanos.
— “Isso não pode ser invisível nunca mais,” disse ela, decidida.
Helena, sempre prática, ligou para o Instituto: sugeriu uma parceria com
ONGs internacionais e escolas costeiras. Theo começou a editar as imagens do drone,
criando vídeos curtos com frases impactantes. Miguel redesenhou o logo dos Guar-
diões, agora com uma faixa preta cruzando o fundo azul, como um sinal de alerta.
Dona Yara, com o olhar fixo no mar, pegou um punhado de conchas e espa-
lhou-as cuidadosamente no convés.

