Page 145 - Reino Silencioso_O Mistério dos Corais Desaparecidos
P. 145
A expedição partiu ao amanhecer para ver de perto a formação avistada.
No barco, o silêncio reinava — um silêncio que pesava mais que o próprio
oceano. Ao se aproximarem do ponto indicado, avistaram os primeiros sinais: garra-
fas à deriva, redes enroscadas em algas, brinquedos quebrados entre conchas e plás-
ticos com etiquetas de décadas passadas.
Mas nada os preparou para o que viram a seguir.
A "ilha" surgia como um monstro adormecido. Um amontoado flutuante de
lixo, plástico e detritos, se estendendo até onde os olhos podiam alcançar. Havia cal-
çados, bonecas, embalagens de shampoo, canudos, tambores industriais. Tudo preso
numa massa compacta, mas viva — movendo-se com o pulso das marés.
— “Parece um cemitério,” sussurrou Helena. “De tudo que descartamos... e
esquecemos.”

