Page 21 - Reino Silencioso_O Mistério dos Corais Desaparecidos
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— Olhem isso! — exclamou Noah, inclinando-se para o lado e apontando
com os olhos brilhando de excitação.
Lívia se aproximou e ficou sem palavras. Abaixo da superfície cristalina, o
oceano se transformava em um verdadeiro balé submerso. Peixes de cores impossí-
veis nadavam em perfeita sincronia, como se seguissem a batuta de um maestro in-
visível. Corais em forma de cervos, leques e labirintos cresciam entre pedras lisas e
algas ondulantes. Os raios de sol, atravessando a água em feixes dourados, pareciam
mãos celestiais acariciando aquele mundo encantado.
Era como mergulhar num sonho acordado, um paraíso pintado com todas as
cores da imaginação.
No primeiro mergulho, Lívia sentiu um arrepio bom percorrer o corpo —
uma mistura de frio da água e calor da aventura. Ajustou a máscara, segurou firme
no snorkel e afundou devagar, como quem entra num segredo guardado pelo mar.
Debaixo d’água, o som do mundo desapareceu. Não era um silêncio vazio —
era um silêncio vibrante, cheio de sussurros, borbulhas e movimentos delicados. Um
silêncio que falava.
À sua volta, o espetáculo continuava: peixes-palhaço dançavam entre anê-
monas, cirurgiões-azuis riscavam o azul como pincéis vivos, e uma tartaruga-mari-
nha deslizava com elegância, como se flutuasse no tempo. Os corais brilhavam em
formas e cores que pareciam de outro planeta — leques violetas, espirais douradas,
colunas cor-de-rosa.