Page 32 - Reino Silencioso_O Mistério dos Corais Desaparecidos
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Ninguém disse nada.
Noah encarava o horizonte, com o cabelo ainda todo molhado, Lívia olhava
fixamente para o fundo azul, como se pudesse decifrar o mistério que se escondia ali
embaixo. Seus olhos estavam marejados — não de sal, mas de dúvida.
De volta à base, ainda com as roupas de mergulho meio molhadas e o cabelo
desalinhado pela água salgada, todos se reuniram na pequena sala de pesquisa. O
ambiente estava silencioso, exceto pelo leve zumbido dos ventiladores girando pre-
guiçosamente no teto.
Takashi, com as mãos ainda úmidas, conectou o pequeno gravador subaqu-
ático ao computador. Um instante de hesitação. Ele apertou “play”.
Nada.
O arquivo rodava. A barra de progresso avançava. Mas dos alto-falantes não
saia som algum.
Nenhum clique dos camarões-estaladores, que sempre faziam o fundo do
mar soar como uma fogueira crepitante. Nenhum canto grave das baleias, ecoando
como canções de outro mundo. Nem mesmo o estalido dos corais vivos, que soavam
como pequenos suspiros da Terra.
Nada. Um silêncio denso, absoluto. Tão absoluto que parecia ecoar.
Takashi respirou fundo. Seus olhos, geralmente firmes e observadores, esta-
vam úmidos. Ele encarou o grupo, depois olhou para a tela do computador como se