Page 4 - Manuscrito pra ebook - Solucoes ane stésicas na prática odontológica - versão final
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O começo
O maior avanço no controla do dor, após a introdução do éter e óxido nitroso,
aconteceu em 1859 com o isolamento da cocaína por Niemann. Por sugestão
de Sigmund Freud, Karl Koller começou a utilizar topicamente a cocaína em
procedimentos oftalmológicos em 1884. No mesmo ano, o famoso cirurgião
William Haslted começou seus experimentos com a aplicação da cocaína em
nervos periféricos para bloqueio da condução nervosa. Utilizando as recém
lançadas agulhas hipodérmicas e seringas, ele realizou o primeiro bloqueio
de nervo periférico. Ficou nítida a curta ação da anestesia induzida por essa
droga.
Por conta da rápida ação da cocaína e seu potencial para causar
dependência, a procura por um anestésico mais efetivo e menos tóxico se
intensificou. Alfred Enhorn apresentou um análogo da cocaína, a procaína
em 1904. Este anestésico se tornou o único anestésico odontológico
disponível até 1948, quando a lidocaína foi introduzida por Nils Lofgren. Por
sua eficácia e segurança se tornou o padrão ouro para anestésicos locais em
odontologia, o qual todos os anestésicos são comparados. Outros anestésicos
do tipo amida foram apresentados: a mepivacaína em 1960, a prilocaína em
1965, a bupivacaína em 1983 e a articaína no ano 2000 (nos EUA)(2).
Outro evento importante na história da anestesia local foi a invenção da
seringa carpule e do tubete anestésico por Harvey Cook em 1920.
Previamente a isto, o anestésico em pó precisava ser misturado em solução e
então dispensado no interior da seringa para a administração. Médico das
forças armadas, Cook se inspirou no design dos cartuchos dos rifles utilizados
na 1a. Guerra Mundial. Mais tarde, os laboratórios Cook-Waite desenvolveram
a agulhas estéreis descartáveis as quais reduziram os índices de infecção e de
quebra de agulha(2).
Soluções Anestésicas na Prática Odontológica 4