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Filme “O Pai Tirano” (1941)


               pelo sonoro, e da euforia relativa a uma produção cem por cento portuguesa, não teve correspondência nos
               casos isolados até aos anos quarenta – de um Leitão de Barros em “Maria Papoila” (1937) e “Varanda dos
               Rouxinóis” (1939) ou de um Chianca de Garcia em “Aldeia da Roupa Branca” (1938) – nem naqueles que se
               seguiram ao “Pai Tirano”  – designadamente os filmes essenciais de Arthur Duarte –, pois em todos eles é
               possível  detectar  lapsos  de  continuidade,  momentos  mortos,  referências  envelhecidas,  deslizes  de
               interpretação, ou resvalam para estilos e modalidades que  não os directamente em exploração. O único
               exemplo  que poderia associar-se ao “Pai Tirano” é “O  Pátio das Cantigas”  –  também produzido e
               supervisionado por António Lopes Ribeiro/Ribeirinho e Vasco Santana, intérpretes de ambos à frente de um
               elenco que, frequentemente, coincide nos dois filmes. Mas no “Pátio” subsistem as derivações ao carácter
               central, o que não sucede no “Pai Tirano”, pelo que em relação a  este se constataria que é  –  apenas  –
               enriquecido pela presença de António Silva (…).».




























                     A acção do filme é passada em grande parte no  interior dos  "Grandes Armazens Grandela", e na
               "Perfumaria da Moda" ambos na Rua do Carmo em Lisboa onde são filmadas algumas cenas de exteriores.
               As restantes cenas são filmadas nos estúdios da  "Tobis Portuguesa".  É na Rua do Carmo, frente a uma
               montra do Grandela, que é filmada a única cena em que faz uma fugaz aparição o actor João Villaret fazendo
               o papel de um mudo vendedor de gravatas.

                     João Bénard da Costa escreveu a propósito deste filme em "Histórias do Cinema" :
                     «Para além dos méritos do script - O Pai Tirano - é basicamente um filme de argumento - três actores
               geniais: Ribeirinho, Vasco Santana e Teresa Gomes  -  ajudaram poderosamente a levar este curiosíssimo
               exemplo de teatro filmado e de filme teatral (o argumento funciona tanto sobre a representação de uma peça
               como sobre a oposição teatro/cinema no interior da representação que a envolve) à quintessência do género.
               O resto (...) é uma questão de timing e aí chapeau para Lopes Ribeiro, na melhor prestação da sua carreira.»























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