Page 107 - Teatros de Lisboa
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Teatro Dom Luiz Filipe ou Teatro da Luz
Com a construção da sala de espectáculos pretendida, o Teatro adquire no Colégio crescente
importância e adesão de alunos e professores. E a primeira prova de força foi logo na inauguração, dia 2 de
Março de 1903, pelas 21 horas. O espectáculo teve a intervenção da tuna colegial, e foram representadas
duas comédias em um acto. Na primeira parte "Roca de Hercules" de Manuel Pinheiro Chagas, interpretada
pelos alunos Soares Branco, no papel de Visconde e Prostes da Fonseca, fazendo em travesti a personagem
de Viscondessa. Na segunda parte a peça "O Portador d'esta", da autoria do ex-aluno Conde de Mesquita.
Depois da implantação da República em 1910, o "Teatro Principe Dom Luiz Filipe" sofre uma
interrupção na sua actividade como narraria Tomás Alcaide:
«O teatro do Quartel Velho esteve impedido de servir durante a conflagração que ensanguentou a
Europa de 1914 a 1918, por se encontrar ocupado por um grupo de metralhadoras do Exército.
Esse impedimento não correspondeu à total ausência de espectáculos escolares por muito tempo, pois
apenas se debelaram as naturais preocupações da guerra, e apesar de não haver salão apropriado, se
fizeram récitas, para as quais se transformavam em verdadeiros teatros os gerais ou camaratas das
companhias.»
Com as transformações e reorganização operadas no “Colégio Militar” nos anos quarenta do séc. XX,
no antigo convento ficou instalada a "Formação" colegial, uma subunidade militar de apoio de serviços -
reabastecimento, transportes, oficinas, manutenção de instalações -, que integrava também as cavalariças e
as instalações dos soldados que já ali existiam do antecedente.
«Também no edifício do Quartel Velho, lado da igreja, existia o Teatro D. Luiz Filipe, uma sala de
espectáculos pequenina, mas montada com muito gosto; tinha um palco espaçoso, uma plateia comportando
duas cenetenas de lugares, um balcão cuja lotação rondava a meia centena de assentos, e um camarote com
algumas cadeiras onde tinha lugar o Director e seus acompanhantes. Era no teatro que tinham as aulas de
Canto Coral.» transcrições anteriores in: “História do Colégio Militar”.
A concretização de um plano geral de infra-estruturas delineado em 1978 para o “Colégio Militar” e
concluído trinta anos depois, permitiu que o edifício dos "quartéis velhos" ficasse definitivamente devoluto no
final de 2007.
O convento de freiras de Cristo ficou então confiado à “Associação dos Antigos Alunos do Colégio
Militar”, que nele tem a sua sede e demais instalações sociais, e que vem procedendo à recuperação e
adaptação do conjunto edificado, no respeito pelo património e pela sua traça arquitetónica original.
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