Page 106 - Teatros de Lisboa
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Teatro Dom Luiz Filipe ou Teatro da Luz


                     Quase decorridas duas décadas, em 1873, o “Real Collegio Militar”, depois de deambular por Rilhafoles
               e, duas vezes, por  Mafra, regressou em definitivo  à Luz,  ocupando  então o edifício  do  antigo  hospital  e
               também  o outrora convento dos freires de Cristo, cujas instalações se encontravam, como se calcula, em
               muito mau estado e que ficariam conhecidas, até há bem pouco tempo, por "quartéis velhos".

                     Fernando  da  Costa  Maya, major e professor do Colégio, refere  em 1903,  na  página 97 da sua obra
               "Memoria  Historica  e  Descriptiva  do  Real  Collegio  Militar",  fazendo  referência  a  um  relatório  de  22  de
               Setembro de 1902 do general Morais Sarmento, então director, que desde 1892 estaria sendo construído um
               Teatro onde o general  tencionava  «fazer realizar pelos alunos não somente representações de comédias,
               como conferências literárias e científicas, recitações de poesias escolhidas nas línguas ensinadas no Colégio,
               concertos musicais, etc.», acrescentando em nota de rodapé: «Deve ser inaugurado no dia 2 de Março do
               corrente ano, por ocasião da festa do centenário do Colégio.»















































                     Se aquela data está correcta o "Teatro Principe Dom Filipe" terá demorado dez anos a ser construído, a
               menos que tivesse sido interrompida a sua construção. «(...) Foi aprovado pelo Conselho Superior de Obras
               Públicas o projecto de uma sala de espectáculos que, quando concluída, será uma das mais notáveis e
               proveitosas instalações deste estabelecimento.  Para iniciação  das respectivas obras destinou já  o Senhor
               Ministro das Obras Públicas a verba que, de momento, podia conceder, sendo nossa esperança que o seu
               espírito esclarecido continuará a dispensar a essa obra  a atenção que merece, dados os seus intuitos
               educativos. Mas, como foi  que semelhante aspiração, sempre desejada pelas sucessivas gerações de alunos
               e jamais realizada entrou nos domínios da execução? (...) e só me resta confirmar que é, efectivamente ao
               elevado e generoso patrocínio que Sua Alteza Real se dignou dispensar dispensar á ideia da construção de
               uma sala de espectáculos, que o corpo de alunos deverá a realização desse seu ardente desejo.»


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