Page 101 - Teatros de Lisboa
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Teatro D. Amelia / Teatro Republica / Teatro São Luiz


               geral, sai da vulgaridade, como sucede no "Dia de Juízo", uma técnica impecável como a dos "Postiços", a
               graça genuinamente portuguesa  da  "Bisbilhoteira", uma sentimentalidade capaz de todos nós  a sentirmos,
               como a do seu "Poema d’Amor", e finalmente o espírito educativo que preside a todas as suas obras»

                     Em 1911 na sequência  da revolução do  5 de Outubro de 1910, o  "Theatro D. Amelia"  muda de
               designação para "Theatro Republica". Não foi o único, pois o “Teatro Nacional D. Maria II”  também mudaria a
               sua designação para "Teatro Nacional Almeida Garrett". O “Jardim de Inverno” do "Teatro da República" passa
               a animatógrafo com a designação "The Wonderful".




































                     Mas ..  «Em 13 de  Setembro de 1914, grande  incêndio no Teatro Republica, tendo comparecido 25
               voluntários e 3 viaturas. Utilizaram-se 560 metros de  mangueira   e fizeram-se   vários curativos no local do
               sinistro». Era nestes termos noticiada pelos Bombeiros Voluntários Lisbonenses, a trágica notícia do incêndio
               que consumiu totalmente o interior do Teatro.
                     «Lisboa  perdeu, com o  Teatro Republica,  a sua melhor, e  mais  moderna, mais chic casa de
               espectáculos, a que  estavam ligadas  as mais  fundas  recordações de  horas inolvidáveis. Pelo Teatro
               Republica, agora um montão de escombros que a muita inteligência e o grande tacto administrativo do seu
               director convertera n'um verdadeiro capitólio de arte, passaram não só os maiores actores como as sumidades
               teatrais europeias. Ali trabalharam os Rosas, Brasão,Damasceno, e  Lucilia, ali  se apresentaram ao publico
               português a Duse, Zaconi, Noveli,  Emmanuel, Tina di Lorenzo,  a Vitaliani,  Guiltry,  Sara  Bernhardt.»  in:
               Illustração Portugueza

                     Dois anos depois, em 1916 a sociedade exploradora do  Teatro  com o Visconde S. Luiz de  Braga,
               Celestino da Silva e António Ramos consegue a reabertura do "Teatro Republica" após a sua reconstrução
               com projecto do arquitecto Tertuliano Lacerda Marques. A peça de estreia foi “Poema de Amor” de Eduardo
               Schwalbach, na presença do então Presidente da República, Dr. Bernardino Machado. Teve igualmente lugar
               a conferência “Ultimato Futurista” por Almada Negreiros.

                     No ano seguinte, em 1917, e depois de receber aulas de teatro por Augusto Rosa, estrear-se-ia neste
               Teatro a futura grande actriz Amélia Rey Colaço na peça "Marinela" de Benito Pérez Galdós.  Para fazer a
               personagem, uma rude vagabunda, aprendeu, durante meses, a andar descalça e a usar farrapos, no interior
               do jardim do seu palacete. O êxito foi retumbante.

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