Page 568 - ANAIS ENESF 2018
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Evento Integrado
Seminário Preparatório da Abrasco - 25 Anos da ESF
Título
SAÚDE MENTAL: OS DESAFIOS NO ATENDIMENTO MÉDICO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SÁÚDE
Autores
PRINC APRES CPF Nome Instituição
x 017.366.813-54 Luis Lopes Sombra Neto Prefeitura Municipal de Russas
030.647.693-24 Marília Cléssia Pinheiro Prefeitura Municipal de Russas
035.958.303-26 Roberta Sinara Ferreira Lopes Prefeitura Municipal de Russas
Resumo
Introdução: Desde a Reforma da Assistência Psiquiátrica Brasileira, tem-se buscado um modelo de atendimento na saúde mental cada vez
mais focado no paciente e em seus aspectos biopsicossociais, superando o modelo hospitalocêntrico. Dessa forma, o Programa de Saúde
da Família (PSF), inserido no Sistema Único de Saúde (SUS), trouxe grandes avanços no sentido de um atendimento mais
humanizado para os pacientes/famílias com comprometimentos mentais ou do comportamento. Objetivos: Relatar as principais
características do atendimento médico na saúde mental, destacando os principais desafios a serem superados, em uma Unidade Básica de
Saúde (UBS). Metodologia: Trata-se de um relato de experiência do atendimento médico em saúde mental na UBS Pitombeira,
localizada em Russas-CE. Os atendimentos ocorreram nos meses de dezembro/2017 a maio/2018 no turno da manhã nas
segundas-feiras, totalizando aproximadamente 150 atendimentos (média de 7 pacientes por turno), em que cada consulta teve a duração
média de 20 minutos. Resultados: Entre os atendimentos em saúde mental na UBS Pitombeira, observa-se uma predominância de
transtorno de humor, transtorno de ansiedade e dependência de benzodiazepínicos. Uma das maiores dificuldades encontradas é com o
desmame dos benzodiazepínicos, associadas à dependência causada pelo uso crônico sem acompanhamento adequado. Em alguns
casos foi observada uma resistência dos pacientes para a marcação das consultas na saúde mental, demonstrando preconceito em
relação ao acompanhamento psiquiátrico. Outro desafio a ser superado é, por causa da alta demanda, a marcação de consultas dos
pacientes encaminhados ao CAPS e ao acompanhamento na psicoterapia acaba sendo demorada, o que dificulta o seguimento dos
mesmo. Outro fator que acaba limitando o seguimento dos pacientes deve-se ao uso das medicações, pois muitos tem baixo poder
aquisitivo para a compra de medicações não disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Conclusão: Nos últimos anos, tem-se
constatado um aumento crescente de queixas relacionadas à saúde mental. Entretanto, os pacientes ainda apresentam certa
resistência em procurar atendimento médico ou dificuldade em manter seu seguimento por meio do SUS. Sendo assim, é impreterível a
capacitação de profissionais para enfrentar os desafios a serem superados nesse tipo de acompanhamento.