Page 864 - ANAIS ENESF 2018
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           Evento Integrado
           Seminário Preparatório da Abrasco - 25 Anos da ESF
           Título
           No olho do Furacão: Reflexos sobre resistências comunitárias frente ao processo de expansão industrial em São Gonçalo do Amarante - Ce
           Autores
           PRINC   APRES            CPF            Nome                                                               Instituição
              x      x    026.630.083-97  Wanessa Maria Costa Cavalcante   ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ
                          046.436.343-83  Victor Brunno Moreira Gomes  Escola de Saúde Pública do Ceará
                          040.738.393-06  Raphaelle Santos Monteiro  Escola de Saúde Pública do Ceará
                          042.330.083-00  Pamella Alves Cardoso      Escola de Saúde Pública do Ceará
                          027.465.723-62  Marcela Maria Araujo Braga  Escola de Saúde Pública do Ceará
                          052.417.983-23  Beatriz de Sousa Pinho     Escola de Saúde Pública do Ceará
                          603.690.903-90  José Edmilson Silva Gomes  Escola de Saúde Pública do Ceará
           Resumo
           As observações do processo de territorialização e a revisão de literatura mostraram diversas resistências culturais ameaçadas pela nova
           dinâmica social e econômica. Desejamos aqui ilustrar a expansão do Complexo Industrial e Portuário do pecém como um vetor de
           mudanças na dinâmica da cidade, sobretudo pelas  relaççoes de  produção vinculadas  aos interesses  das transnacionais.
           Reconhecemos que a memória da população Anacé se manisfesta nas diversas relações sociais, apesar do etnocídio. Ase
           comunidades Amarantinas, outrora Anacetabas, demonstram resistir frente aos impactos na sociabilidade no município após
           grandes obras do CIPP - Companhia Siderúrgica do Pecém, termelétricas, porto do Pécem, parques eólicos, etc. Elementos
           como a poluição ambiental marcam as comunidades residentes no entorno do CIPP. As desapropriações voltadas para os
           emprendimentos segregam as populações nativas. Esse estudo objetivou refletir sobre as resistências comunitárias frente ao processo de
           expansão industrial do município de São Gonçalo do Amarante. As resistências comunitárias observadas no município foram o Grupo do
           Coco e Reisado, Artesãs do Anacetaba e Crocheteiras, marisqueiras, raizeiros(as), rezadeiras, poetas, associaçõesde moradores,
           etc. A Promoção de saúde pode ser apreendida a partir da Educação Popular realizada pelas resistências comunitárias. A cultura
           e o trabalho são fomentados pelos saberes populares através da história oral e práticas laborativas compartilhadas. Aparece como
           demonstração da sociabilidade particular da remanescência Anacé. Os mecanismos organizativos de enfrentamento ao uso indevido da
           água pelo CIPP, por exemplo, evidenciaram uma batalha que apesar de desleal, é legítima e segue a duras penas resistindo. A comunidade
           local se depara nas últimas décadas com a acentuação da violência, abuso/exploração sexual das juventudes, conflitos decorrente do co e
           uso problemático de drogas, aumento das Infecções Sexualmente Transmissíveis, ambas as expressões engendradas pela lógica de
           produção e reprodução do CIPP. A Estratégia de Saúde da Família, a partir de sua base territorial/comunitária, demanda frente ao
           contexto  caótico  que  vivenciamos  ampliaçoes  nos  processos  de  Educação  Permanente/Popular,  Pesquisa,  Planejamento
           Participativo e Estratégico e Fortalecimento da Participação através da arte/cultura nos espaços de decisão que compõem a Rede de
           Atenção a Saúde, sendo estas metas da Residência Integrada em Saúde no Município.
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