Page 865 - ANAIS ENESF 2018
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Evento Integrado
Seminário Preparatório da Abrasco - 25 Anos da ESF
Título
Pedras no caminho: influências de uma epidemia na demanda da Atenção Primária.
Autores
PRINC APRES CPF Nome Instituição
x 656.740.733-68 Samuel Carvalho Guimaraes SMS FORTALEZA
641.611.373-20 Emanoella Pessoa Angelim Guimarães UECE
004.944.603-77 Antonio Bruno Sampaio Freitas UFC
x 008.213.103-13 Layanna Anselmo Martins SMS
Resumo
Introdução: O Sistema de Saúde de Fortaleza, Ceará, vem desde 2012 sendo reorganizado segundo preceitos de Gestão da Clínica e
Clínica Ampliada, particularmente no nível da Atenção Primária. No entanto, em 2016-17 houve em Fortaleza o surgimento súbito e o
aumento vertiginoso de casos de Chikungunya, uma arbovirose antes desconhecida pela maioria dos profissionais de saúde do
município, portanto com alto potencial de produzir epidemias em sequência. Objetivo: Avaliar a influência das epidemias de
Chikungunya de 2016-17 sobre a demanda em uma Unidade de Atenção Primária em Saúde (UAPS) de Fortaleza, buscando
compreender possíveis repercussões na mudança de foco das Equipes da Estratégia Saúde da Família (eESF) . Metodologia: Os dados de
demanda da UAPS Santa Liduína em 2016-17 foram coletados das Planilhas de Monitoramento das eESF alimentados pela Coordenação
Local da UAPS. Selecionaram-se os dados de atendimento médico das eESF em dois blocos: agosto a novembro de 2016 (Bloco Um -
meses sem epidemia) e março a junho de 2017 (Bloco Dois - meses com epidemia), tomados como modelo de investigação para excluir
vieses (meses de menor demanda como Dezembro,Janeiro, Fevereiro e Julho). Dividiram-se os dados entre Demanda Espontânea e
Demanda Programada e avaliaram-se as variáveis "Percentual de Atendimentos de Urgência sobre o Total" e "Percentual de Atendimentos
de Chikungunya sobre as Urgências", usando o Microsoft Excel 2010. Discussão: A UAPS Santa Liduína foi responsável por
notificar 100% dos 176 casos estimados de Chikungunya de janeiro a junho de 2016, e 82% dos 522 casos no mesmo período de 2017.
O número absoluto de Atendimentos de Urgência cresceu 34,41% entre os meses do Bloco Um e os meses do Bloco Dois, enquanto o
número de Atendimentos em Geral cresceu apenas 14,36% no mesmo período. A taxa de atendimentos em Demanda Espontânea sobre o
Total de Atendimentos também cresceu do Bloco Um para o Bloco Dois, de uma média de 55,80% para 65,28%. Além disso, no ápice da
epidemia em 2017, os casos de Chikungunya chegaram a representar pouco mais de um quarto das Urgências (26,93%). Conclusão:
Uma epidemia não reduz o número absoluto de atendimentos em Demanda Programada de uma UAPS mas influencia
negativamente a organização do trabalho, uma vez que aumenta consideravelmente o número absoluto e o percentual de atendimentos de
Urgência.