Page 151 - ASAS PARA O BRASIL
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Eu amo uma dessas definições "ainda no coração de qualquer anarquista
oficial brasileira dormindo, mantido vivo por estes pedaços de Voltaire e
Antolhe France que, mesmo no meio do mato, ficou suspenso na cultura
nacional". “Tristes Trópicos, Gallimard, Plêiade, 2008, p. 18”.
Não está claro se esta observação, válidas no momento da viagem
antropólogo, ainda é relevante.
Georges Bernanos, católico fervoroso, escreveu esta carta em fevereiro
de 1939: "Para o Brasil, imenso Brasil, foi para mim, desde o primeiro dia,
a terra da esperança um dos lugares do mundo onde esperamos o melhor,
onde a esperança não é mais, como na Europa, um ato voluntário e
meritório, mas o exercício de uma faculdade natural e como o próprio sopro
da alma ... "
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Ao terminar de escrever estas linhas que certamente não têm a elegância
do estilo de “Memórias de Além-Túmulo” de François-René de
Chateaubriand, que exerceu uma profunda influência na literatura
romântica de raiz europeia, incluindo a lusófona, muitas incertezas me
invadiram e chamaram a minha atenção.
No longo caminho das lembranças, por que devo divulgá-las, para
que serve isso?
-Por que eu escrevi; amigos meus que conheceram um pouco a minha vida
pediram, já que a consideram fora do comum e, além disso, tinha tempo e
curiosidade.
- Será que estas linhas vão interessar leitores, na imensidão de livros
publicados?
- Palavras como: narcisismo, necessidade de reconhecimento entre outras
poderiam ser aplicadas ao meu livro?
- De todas as formas, a reflexão sobre si mesmo através a escrita é uma
magnífica experiência, é uma grande aventura que forja a humildade.