Page 53 - Nos_os_bichos
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Ela conseguiu, rapidamente, comover bastantes lobos, mas mesmo assim a decisão não cabia a nenhum deles.
Até que, cansada de tentar ajudá-los, ela tomou uma decisão!
A loba já não reconhecia mais o seu marido. Triste, convocou-o e desabafou:
- Já não te conheço mais! Já não és o mesmo que conheci, o Mateus bondoso sempre disposto a ajudar!
Tomei uma decisão. Eu vou-me embora!
O chefe não disse uma palavra e retirou-se. Decidida, a loba organizou as suas coisas para partir!
Quando estava a chegar à porta, foi surpreendida pelo chefe que lhe disse:
- Não tens que ir! Já libertei os lobos. Tu tinhas razão, eles não são nenhuma ameaça à nossa sociedade.
A partir de agora, eles vão ser bem tratados e vão viver connosco.
Feliz, a loba abraçou Mateus.
O chefe reuniu a alcateia toda e discursou:
- A partir de hoje, todos nós vamos aceitar a recém-
chegada família na nossa alcateia e no bosque! Apercebi-
me que, afinal, eles são como nós e têm o mesmo direito de
viver neste bosque. Nós fomos preconceituosos, quando
eles chegaram e isso é uma coisa que não pode acontecer
na minha alcateia!
Toda a alcateia o aplaudiu e a família agradeceu pelo
acolhimento e compreensão.
Patrícia Silva
Os dois ratos
Numa quinta muito distante, viviam duas famílias de ratos. Eles distinguiam-se porque uns eram azuis e
outros vermelhos. Mas essas duas famílias não se davam, andavam sempre às avessas e, quando passavam
uns pelos outros, faziam cara feia e continuavam o que estavam a fazer.
Um dia, o Fidalgo, que era um rato vermelho, decidiu que tinha de pôr fim àquela guerra. Então, ele e
um rato da outra família que, tal como ele, estava farto desta desavença, decidiram lançar às duas famílias um
desafio que consistia em apanhar o maior número de queijos que conseguissem numa hora. Os ratos das duas
famílias aceitaram o desafio e trataram de fazer duas equipas, com os mais fortes e valentes de cada família.
Finalmente, o dia chegou. Quando estavam prontos para começar, um rato veio dizer que o Fidalgo, que
era o chefe da sua equipa, tinha adoecido. Todos os ratos da sua família ficaram em pânico, ao contrário dos
ratos azuis. Os chefes dos ratos foram conversar e o dos azuis disse:
- Bom, visto que não há um participante da sua equipa, nós ganhamos!- exclamou ele.
- Mas nada nos impede de arranjar um substituto para participar.- disse o chefe dos vermelhos.
- Tudo bem! Têm meia hora.- retorquiu o chefe dos azuis.
O chefe dos vermelhos, muito preocupado, disse-lhes que, se eles não arranjassem um rato para
competir, perdiam. O João, que era um rato muito magrinho, ganhou coragem para falar e, a medo, voluntariou-
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