Page 78 - Cabalá Hermética
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CABALÁ | CABALÁ HERMÉTICA | SEÇÃO 03 – A ÁRVORE DA VIDA E A QUEDA ADÂMICA
expulso desta instância espiritual. Ele perde seus direitos existenciais de “habitar” o plano que comunga diretamente das influências positivas da imensidade divina.
O Jardim do Éden surgirá nas mais diversas tradições espirituais ou vertentes mitológicas em todos os tempos. Poderemos ter a versão bíbli- ca da qual a humanidade foi impulsionada para baixo por uma espada flamejante. Contudo, podemos referir a uma alusão a esse paraíso su- postamente localizado a oeste das Colunas de Hércules e destruído por cataclismos vulcânicos, a renomada “Atlântida”, descrita por Platão. Os astecas falaram dessa terra perfeita, do mundo ideal como o “Mundo de Tlalocan”. Destino final das almas que alcançaram o “moksha” – que é a “salvação” na tradição hindu –, Vaikuntha é o mais alto dos paraísos e é conhecido como o lugar onde Vishnu, o deus supremo, vive. Assim que chegam, as almas recebem o amor e a amizade de Vishnu, que dura por toda a eternidade. A mitologia Nórdica vai fazer referência a Vanaheim, o nível mais elevado da realidade universal em sua concepção.
Muitas são as histórias em que o ser humano reencontra, ou luta para reen- contrar, esse paraíso perdido. Elas são expressas na busca pelo “elo perdi- do”, pelo encontro com a cidade de Shambalah, pela descoberta da Atlân- tida ou na reconquista da chamada “Jerusalém Celestial”. Há ainda quem fale de encontrar o paradeiro do Santo Graal, ou de encontrar a “Arca da Aliança”, ou do encontro com as “Minas do Rei Salomão” perdidas nos confins da África, nas regiões do Egito Antigo (berço mítico do mundo terrestre). São narrativas que descrevem sempre a mesma história em que o ser humano recupera de alguma forma sua condição espiritual original.
3.4. O Rebis, da Tradição Alquímica
A alquimia irá abordar muito a natureza da Androginia Primitiva do Homem Celestial.Tratará ela justamente do processo de regeneração do ser humano, a fim de que ele possa reconquistar seu estado de existência original. É por esse motivo que inúmeros desenhos alquímicos retratam justamente imagens de vasos alquímicos contendo seres humanos em seu interior. Ainda, há diversas representações do chamado REBIS. Este ser, desenhado como um ser em que se misturam às imagens de um ho- mem e de uma mulher que se mesclam em um ser único, normalmente aparece junto ao OVO dos alquimistas: símbolo do renascimento do ser.
O Rebis, portanto, é a representação alquímica e hermética para o pro-
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