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2º Conto: Uma História de amor                                          Compromisso assUmido no plano espiritUal


               A dança, os risos, a alegria era contagiante. Era de conhecimento de
          todos o namoro de Liz e Claro, só quem não sabia eram os familiares dela.

               Quando fazia três horas de festa, Claro dançava com Liz e todos os em-
          pregados embriagados com a dança, com o amor que irradiavam com a ale-
          gria, a vida que transmitiam nos gestos, risos, palavras, como era puro aquele
          amor. Todas as pessoas ali presentes para melhor apreciar a dança e aquele
          casal, tantas belezas! Resolveram fazer um círculo em volta, e acompanharam
          com palmas, cantos, até que acabou aquela música.

               Quando de repente o pai de Liz, senhor Cabral, chega, graças a Deus
          que os dois já não estavam mais abraçados.

                Ele grita com todos:

                ―A festa acabou! Para, chega de nos incomodar.A gente vem para esta
          fazenda para descansar, relaxar, e vocês com este barulho, nos incomodando.
          Parem com isso!―Ordenou o patrão. E continuou com suas queixas:―Não
          suportamos mais. Vocês precisam dormir, amanhã tem muito trabalho! Por-
          que senão estarão cansados e não poderão produzir.

               Virou-se para Liz e disse enraivecido: ―Você, Liz, chega! Você vai para
          o castigo, está sendo muito íntima. Nós resolvemos que você não voltará mais
          à fazenda tão cedo.Temos notado seu interesse em demasia por esta gente.
          Saiba separar as coisas. Empregado é empregado, não se mistura com os seus
          senhores, com os seus patrões.Você tem dado muita corte, tem dado muita
          abertura, viu o que aconteceu com você?

               ―O quê, papai? Perguntou Liz.
               ―Tenho vergonha de você. Se chegassem aqui nossos amigos, nesta
          roda não saberia diferenciar a minha filha desta gentalha.

               Liz ficou perplexa com a atitude do pai.

               ―Papai, que expressão é essa? Essa gentalha, como o Senhor se refere,
          são nossos irmãos, eu não me vejo melhor do que nenhum deles, não vejo
          que eles sejam piores, vejo e sinto todos iguais.



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