Page 52 - Livro Conto 02_Neat
P. 52
2º Conto: Uma História de amor Compromisso assUmido no plano espiritUal
De repente, o pai de Liz, senhor Cabral, saltou de onde se encontrava,
pegou no braço da filha e disse:― Não fale mais nada! Obedeça-me, eu sou
teu pai. Deve-me respeito, obediência.
E quando ele faz menção de dar-lhe uma palmada, Claro salta de onde
está, pega no braço de Liz, e diz: ―senhor Cabral, o senhor não pode bater em
Liz, o senhor está no meio de família, de homens de bem. Aqui, temos traba-
lhado desde criança, em regime de escravidão, todos nós colaboramos, até hoje!
Porque a partir de agora eu tomo a defesa deles e de sua filha, Liz, que eu amo
muito, e aproveito para pedir a mão dela em casamento.―Prosseguiu Claro,
decidido:―De já vou lhe advertir, que sei que não irá me aceitar como genro,
mas eu pergunto a Liz se ela me aceita como esposo. Porque com a sua bênção
ou não, se Liz me aceitar, nós nos casaremos em breves dias.
Com aquele pedido surpresa, Liz saiu saltitando de onde estava rumo
aos familiares de Claro, o que fez com que seu pai se intimidasse, abaixou a
cabeça e saiu para a sua residência sem dizer mais nada. Pois tudo aquilo para
ele era novidade, surpresa, o que fez com que eles todos parassem a festa e
Liz naquela noite não retornou para a casa - grande. Todos a aconselharam a
permanecer ali, temiam a atitude do pai e dos familiares.
Ela dormiu na casa de Claro com a firme convicção de que seria dele
naquela mesma noite.
A noite para Liz e Claro foi marcante. Os dois estavam decididos que
se amariam e ficariam juntos para sempre.
Quando todas as famílias moradoras da propriedade dos Cabral se des-
pediram e foram para as suas casas, a família de Claro também fora para a
humilde casinha.
Nessa noite, pela primeira vez, Liz tivera a oportunidade de dormir em
um local simples, quando da janela da casinha podia vislumbrar os jardins e a
riqueza da casa- grande.
Dali podia ela pensar “meu Deus, quantas noites o meu Claro ficou con-
templando o céu e a minha casa deste mesmo lugar? Devem ter sido muitas”.
52