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2º Conto: Uma História de amor                                          Compromisso assUmido no plano espiritUal


            De repente, o pai de Liz, senhor Cabral, saltou de onde se encontrava,
       pegou no braço da filha e disse:― Não fale mais nada! Obedeça-me, eu sou
       teu pai. Deve-me respeito, obediência.

            E quando ele faz menção de dar-lhe uma palmada, Claro salta de onde
       está, pega no braço de Liz, e diz: ―senhor Cabral, o senhor não pode bater em
       Liz, o senhor está no meio de família, de homens de bem. Aqui, temos traba-
       lhado desde criança, em regime de escravidão, todos nós colaboramos, até hoje!
       Porque a partir  de agora eu tomo a defesa deles e de sua filha, Liz, que eu amo
       muito, e  aproveito para pedir a mão dela em casamento.―Prosseguiu Claro,
       decidido:―De já vou lhe advertir, que sei que não irá me aceitar como genro,
       mas eu pergunto a Liz se ela me aceita como esposo. Porque com a sua bênção
       ou não, se Liz me aceitar, nós nos casaremos em breves dias.
            Com aquele pedido surpresa, Liz saiu saltitando de onde estava rumo
       aos familiares de Claro, o que fez com que seu pai se intimidasse, abaixou a
       cabeça e saiu para a sua residência sem dizer mais nada. Pois tudo aquilo para
       ele era novidade, surpresa, o que fez com que eles todos parassem a festa e
       Liz naquela noite não retornou para a casa - grande. Todos a aconselharam a
       permanecer ali, temiam a atitude do pai e dos familiares.

            Ela dormiu na casa de Claro com a firme convicção de que seria dele
       naquela mesma noite.

            A noite para Liz e Claro foi marcante. Os dois estavam decididos que
       se amariam e ficariam juntos para sempre.

            Quando todas as famílias moradoras da propriedade dos Cabral se des-
       pediram e foram para as suas casas, a família de Claro também fora para a
       humilde casinha.

            Nessa noite, pela primeira vez, Liz tivera a oportunidade de dormir em
       um local simples, quando da janela da casinha podia vislumbrar os jardins e a
       riqueza da casa- grande.
            Dali podia ela pensar “meu Deus, quantas noites o meu Claro ficou con-
       templando o céu e a minha casa deste mesmo lugar? Devem ter sido muitas”.



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