Page 46 - Livro Conto 01
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1º Conto: Laços afetivos                                                     enContro, desenContro e reenContro


            Temos daí uma grande caminhada pela frente objetivando a aquisição
       do maior patrimônio que todo ser poderá ter: O patrimônio do amor.

            Tens esse patrimônio, irmão?

            Se após esta pergunta descobrires que os teus patrimônios são outros,
       como sendo uma boa casa para morar, um bom carro para andar, uma proprie-
       dade, qualquer que seja o teu patrimônio, material, intelectual, não terá condi-
       ções de voar com as asas da alegria, da liberdade de ir e vir para muitas moradas
       do Senhor, porque não soube amar. O amor é o poder de todos os poderes.

            Veja, só! Silvia descobriu suas inumeráveis capas. Partiu do ponto da des-
       coberta para atacar o mal que estava nela pela raiz, para separar o joio do trigo.

            O que fez Sílvia, mãe do filho de Raylândio?

            Humilhou-se, desenterrando o cemitério cheio de cadáver, de po-
       dridão, que estava dentro de si. Recuperou a autoestima, motivada pela
       luz do bem em si. Tomou um banho da chuva do amor, aqueceu-se com
       o sol do amor, enxugou os prantos e ranger de dentes, rendeu-se aos pés
       do seu parceiro pedindo-lhe perdão, perdão; perdão, porque ao longo dos
       anos, já se fazia mais de vinte e cinco anos, o filho já era rapaz, detentor
       de muitos conhecimentos em torno da vida; e eles, ali, medindo forças
       para ver quem realmente seria o vencedor e teria a oportunidade de um
       dia jogar tudo na cara do outro.

            Raylândio estava emocionado, lágrimas desciam sobre a sua face bas-
       tante enrugada pela força do tempo, que o deixou realmente com aparência
       triste e físico bem curtido, acabado. Era a maneira como ele se encontrava.
            Ela, Sílvia, vendo aquele horror. Disse: “Meu Deus, como pude jogar
       meu marido aqui, às traças, como ele está com aparência acabada.”

            “Estou muito arrependida, Senhor, porque eu não soube perdoar as
       crises de mediunidade do meu marido. Ora manifestação de espíritos enfer-
       mos e inimigos, ora por entidades perversas que só conseguiam atingir a mim
       e a minha família.



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