Page 102 - Cinemas de Lisboa
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João Fragoso assinou o painel representando uma interpretação de Lisboa, colocado no foyer do 1º
Balcão, e as cerâmicas que compunham a decoração.
Em Janeiro 1958 teria lugar no Cinema Império o 1º Festival da Canção em Portugal, onde Simone de
Oliveira se estreou em público. Cliff Richard e os Shadows realizaram aqui dois espectáculos nos dias 11
e 12 de Dezembro de 1965, com apresentação de Pedro Castelo. Nesta sala tiveram lugar grandes
concertos, nomeadamente de jazz. Aí tocaram as orquestras de Count Basie (anos 50) e Quincy Jones
(anos 60).
O "Cinema Império" também funcionou como teatro e entre 1961 e 1965 aqui actuou a companhia
"Teatro Moderno de Lisboa" , nascida da iniciativa de Carmén Dolores, Armando Cortez, Fernando
Gusmão e Rogério Paulo. Dados os compromissos da exploração do cinema, ao "Teatro Moderno de
Lisboa", apenas foi possível reservar uma sessão à tarde, pelas 18,30 horas, às segundas, terças,
quintas e sextas e uma sessão de manhã, aos domingos.
Em 30 de Outubro de 1964 é inaugurada a sala "estúdio", com 243 lugares, que viria a ser instalado por
cima do salão do 2º balcão, numa sala com a mesma área. Era conhecida como a que passava os filmes
mais intelectuais e mais «complicados» - os filmes de Ingmar Bergman tinham ali lugar de destaque. O
lado direito da sala (para quem estava sentado, virado para o ecrã), era todo envidraçado, o que
possibilitava uma excelente vista sobre as a Alameda Afonso Henriques. No início das sessões essas
janelas eram obviamente tapadas por uma grossa cortina deslizante.
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