Page 23 - Cinemas de Lisboa
P. 23
dúvida, alguém de inegável competência, escrevia no jornal "A República", de 29 de Junho de 1965, o
seguinte:
«Este modesto salão possui um arranjo arquitectónico de fachada original, exemplo único
universalmente conhecido. Como tal tem sido bastante cobiçado por centenas de estrangeiros que nos
visitam, conhecedores do seu valor real na cotação da bolsa artística internacional. è uma relíquia de
Arte que devia ser considerado monumento nacional, visto representar um documento inédito da Arte
Nova, preciosidade dum valor histórico, que possui.(...) Os relevos da ornamentação do animatógrafo,
modelados caprichosamente, são executados em talha, na madeira rija e estão agora pintados de cor
uniforme unicamente com o fim de conservação. Os azulejos que decoram a fachada formam duas
tabelas policromadas ladeando a bilheteira e estão assinados por M.Queriol 1907; sabemos contudo que
foram executados de colaboração com Jorge Pinto, nas suas oficinas na Ajuda.»
Em 9 Abril de 1929 morre José Cardoso Correia, passando o cinema para o seu irmão Ernesto Cardoso
Correia, Eduardo Teixeira e para o seu velho empregado Júlio Barros, passando a propriedade para a
nova firma "Correia, Rosa & Teixeira".
Em 1984, estando então fechado devido à morte dos seus proprietários, a “Associação Portuguesa de
Realizadores de Filmes” propõe este espaço para sua sede, mas tal intenção nunca veio a concretizar-
se. Em 1994, reabre com espectáculos eróticos (Peep-Shows). Hoje, é a “Sexilândia”, com anúncio
público na internet: Sex-shop e Peep-Shows.
19