Page 36 - Cinemas de Lisboa
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Cine-Teatro Politeama (1913 - )


















































                  O “Teatro Politeama” foi mandado construir em 1912, pelo empresário Luís António Pereira, na ainda
                  denominada Rua Eugénio dos Santos, mais tarde Rua das Portas de Santo Antão, em Lisboa. O
                  arquitecto  Miguel  Ventura  Terra  (1866-1919),  foi  o  autor  do  projecto,  e  José  Passos  Mesquita  o
                  responsável pela construção, iniciada a 12 de Maio de 1912. As decorações do interior e exterior do
                  teatro ficaram a cargo do escultor Jorge Pereira e dos pintores Benvindo Seia e Veloso Salgado.

                  O “Teatro Politeama”  viria a ser inaugurado a 6 de Dezembro de 1913, com a presença do Presidente
                  da República Manuel de  Arriaga e do Presidente do Ministério  Afonso Costa. Como espectáculo de
                  estreia a opereta "Valsa d’Amor", apresentada pela “Companhia Gomes e Grijó”, com Cremilda d’Oliveira
                  - famosa  mais tarde, também  como actriz de cinema em  “O Grande  Elias” (1943), “Leão da Estrela”
                  (1947) - Sofia Santos, Irene Gomes, António Gomes, Grijó e Elsy Rubini, nas principais figuras.

                  No dia da inauguração o colunista do jornal “A Capital” escrevia:
                  «Noite  de  inauguração.  Toda a  Lisboa  que  frequenta  theatros,  amontoada,  acotovellando-se nos
                  corredores e discutindo o novo edifício. Uns acham que o theatro é optimo, mas que as trazeiras dos
                  W.C. não funcionam com regularidade. Outros gostam das torneiras, mas sentem calor de mais; uns são
                  de opinião que o theatro é largo, outros que é alto, outros ainda de que não é nem gordo nem magro,
                  antes pelo contrário.
                  Eu acho apenas um defeito: não ser meu.
                  O panno de bocca  produz sensação. Á parte o primor da sua factura, todos procuram dar um sentido ás
                  attitudes  das  figuras. Pinheiro Chagas não offerece  duvidas: ou  não  está satisfeito com o regimen, ou
                  não  gosto da  peça, ou D. João da Camara, seu visinho, lhe  disse  alguma coisa desagradavel. O gesto
                  do auctor da Morgadinha é expressivo. O proprio Almeida Garrett, mais adiante, abre os braços,






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