Page 55 - Cinemas de Lisboa
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O conjunto da sala de espectáculos, é formado pelos seguintes elementos: tecto em forma de quilha de
                  navio, em madeira  «pau Brasil», único no mundo, e que hoje se encontra intacto depois de  anos de
                  abandono; pelo lustre alemão de néons gigantes , que uma longa corrente vertical, comandada do tecto,
                  faz deslizar até ao chão para manutenção; pelo luxuriante palco com moldura e frontão em relevo Art
                  Deco  (outro caso único);  pela complexa teia  de palco, com o seu pano de ferro; e pela série de
                  camarotes, galerias e balcões em andares, tudo isto forma um exemplar assinalável, mais ainda por ser
                  o último do género existente em Portugal.

                  Pela tela do “Odéon” passaram clássicos do filme mudo e do sonoro, a preto e branco e a cores, de Fritz
                  Lang a Tod Browning, passando por Sergei Eisenstein, George Cukor e Frank Capra. Pelo seu palco
                  passaram inúmeros actores e cantores, portugueses e estrangeiros, com realce para Laura Alves, Lola
                  Flores, Hermínia Silva, António Calvário que protagonizaram peças de teatro radiofónico























                                                               1936

                  «(...) Essas fitas, idênticas, aliás, as produções da mesma época de países como a Espanha, a Itália ou
                  a Alemanha, alcançavam, de facto, êxito considerável junto do público, o que pode ser ilustrado por um
                  episódio algo caricato  ocorrido na sequência da estreia de Uma  Hora de Amor  (1964), de que eram
                  protagonistas António Calvário e Madalena Iglésias, dois cantores que integrariam outros desses filmes
                  durante quase uma década. Tantos foram os admiradores que os quiseram ver na noite de estreia do
                  filme  que  a  Presidência  da  República  alertou  os  responsáveis  do  cinema  Odeon,  mítica  sala  de
                  espectáculos onde, por norma, se exibiam melodramas portugueses, espanhóis e mexicanos e onde se
                  apresentara Uma Hora de Amor, para o facto  de nunca  em  Portugal deverem concentrar-se mais
                  pessoas, fosse para que evento fosse, em número superior ao verificado aquando de qualquer presença
                  pública do Chefe de Estado, na época o almirante Américo Thomaz (1894-1987).» in: Instituto Camões.

                  O Doutor António de Oliveira Salazar, antigo Presidente do Consellho entre 1933 e 1968, também era
                  um fã assumido do Cinema “Odéon”, tendo a gerência lhe garantido um camarote.

                  Na segunda metade dos anos 80 do século XX, propriedade da “Sociedade Parisiana, Lda.”, passou a
                  exibir sessões de cinema pornográfico, e viria a encerrar definitivamente em 1993.
                  O  cinema “Odéon”  esteve em vias de classificação como Imóvel de Interesse Público de 2004-2009,
                  altura em que o processo foi arquivado pelo Igespar.

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                  Para consulta do respectivo artigo no blog “Restos de Colecção”, acedendo a mais fotos e  documentos,
                  com referência às fontes de onde foram retirados os mesmos e, igualmente, alguns reproduzidos aqui,
                  clicar no seguinte link:



                                   http://restosdecoleccao.blogspot.com/2013/02/cinema-odeon.html








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