Page 96 - Cinemas de Lisboa
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Foi o primeiro Cinema a ter ar condicionado, e sistema de aspiração interna para eliminação de poeiras.
Construído com capitais luso-britânicos, no período de apenas um ano (entre 1949 e 1950), era dotado
de um palco, dois foyers, sala de projecção privada, instalações para a gerência e salas de apoio
técnico. Tinha uma excelente acústica e proporcionava aos visitantes um cenário de grande beleza e
conforto. Lisboa via, no Cinema “São Jorge” uma obra superior - quer pela qualidade dos materiais quer
pela modernidade das linhas - facto que valeu ao seu arquitecto, Fernando Silva, o “Prémio Municipal de
Arquitectura” em 1951.
Como atracção extra, durante os intervalos dos filmes, o escocês Gerald Shaw vinha tocar música
num órgão eléctrico - ele próprio uma obra de arte - que se elevava do palco, para surpresa de
todos.
O Cinema “São Jorge” sofreu obras profundas em 1981, da responsabilidade do arquitecto Artur Pinto
Martins e transformado em 3 salas de cinema. Na antiga Plateia nasceram 2 salas, a “Sala 2” com 250
lugares e a “Sala 3” com 181 lugares. No antigo Balcão nasceu a “Sala 1”, actual “Sala Manoel de
Oliveira”, que é maior sala de cinema de Lisboa com 848 lugares.
O “São Jorge”, viria a ser adquirido pela Câmara Municipal de Lisboa, em 1991, adaptando o espaço a
um leque alargado de espetáculos, como o teatro e a música, para além do cinema. Em 2003, a “EGEAC
- Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural” passou a assegurar a gestão do “São
Jorge”, que depois de um período de encerramento para obras de beneficiação, reabriu ao público em
Maio de 2006. Hoje em dia o “São Jorge” é palco de festivais de cinema, ante-estreias de filmes,
concertos de música etc.
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Para consulta do respectivo artigo no blog “Restos de Colecção”, acedendo a mais fotos e documentos,
com referência às fontes de onde foram retirados os mesmos e, igualmente, alguns reproduzidos aqui,
clicar no seguinte link:
http://restosdecoleccao.blogspot.com/2016/07/cinema-sao-jorge.html
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