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Capítulo 10
sas de onda uniram e dividiram as pessoas. Kane (2012, p. 8) sugeriu que
“como algo composto por conjuntos de crenças, práticas, circunstâncias
e naturezas que revelam desigualdades sociais, a água retém o potencial
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de unir através de divisões incomensuráveis”. Esse também é o caso dos
fluxos das águas, descritos de formas as mais distintas aqui, e que podem
dividir as pessoas através da política e das paisagens fluviais. Kane (2012,
p. 11) coloca também que “tanto o pesquisador-escritor quanto o ativis-
ta (embora diferentemente baseados e com objetivos distintos) precisam
aprender a ligar criativamente os sujeitos tecnocráticos da gestão da água
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e os impulsos culturais por mudança e justiça social.” Ao se examinar
parte dos trabalhos retóricos e políticos que a figura da onda de lama pode
(e não pode) fazer, nós esperamos oferecer novas maneiras de se pensar as
relações entre a questão das águas, os crimes ambientais e a justiça.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Marisol Marini pelo convite para escrever essa pequena
contribuição e pelo seu apoio no desenvolvimento dessas palavras, ini-
cialmente para o RIEB. Nossos agradecimentos também para Luísa Reis
Castro e Caterina Scaramelli, pelas cuidadosas leituras de versões ante-
riores do artigo. Igualmente, agradecemos ao pessoal do GEPPEDES, em
especial Aline Trigueiro, sua coordenadora; por seus trabalhos de pes-
quisa inspiradores, Bianca de Jesus Silva e Marianna de Paula; e, pela sua
dedicação, Clara Crizio de Araujo Torres. Dois revisores anônimos do
RIEB leram o material e teceram comentários que nos ajudaram a aguçar
os argumentos ora apresentados. A versão em português também contou
com a revisão de Ákilla Lonardelli, a quem agradecemos.
31 Trecho no original: “as a subject composed of bundled sets of beliefs, practices, circum-
stances and natures that reveal social inequalities, water retains the potential to unite across
unfathomable divides.”
32 No original: “both the researcher-writer and the activist (albeit grounded and aimed in
different ways) must learn how to creatively link the rather technocratic subjects of water
management and environmental crime to cultural impulses for change and social justice.”
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