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UMA FELICIDADE CLANDESTINA
Então, Pedro, sinceramente,
nunca gostei das goiabas
–minhas amoras clandestinas –
sempre fui de desistir delas,
até das mais suculentas,
quando já as tinha sob o meu domínio.
gostava mesmo era do medo que se avizinhava;
de ouvir os gritos desesperados de Dona Joana todas às vezes
que nos surpreendia extraindo da goiabeira, como se lhe tirasse
da própria carne, o mais divino fruto;
Sim, gostava também (e talvez muito mais) dos muros caiados
e suntuosos que escondiam o dorso nu de frondosas goiabeiras.
Porque pra mim, amigo,
que nunca gostei de goiaba,
pouco importavam as goiabas e as goiabeiras.
O que importava mesmo
era o sabor de batalha,
era o gosto de aventura.
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