Page 106 - Trabalho do Ir.`. Ap.´. Prof. VALDINEI GARCIA
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simbolizado  e  o  enobrecimento  da  maçonaria  idealizado  pelo Cavaleiro  Miguel  André  de
            Ramsay, codificador do Rito Escocês.

            Do mesmo modo, a cor branca do avental do aprendiz teria sido escolhida porque os antigos
            também tinham o costume de vestir uma roupa branca na pessoa batizada, como sinal de ter
            abandonado  as  ambições  e  luxúrias  da  carne,  tendo  o  seu  ser  purificado  de  seus  pecados
            passados e que se obrigou a manter uma vida de imaculada inocência (DYER, 2010, p. 169).

            O  branco,  portanto,  representaria  a  pureza  e  inocência  que  o  maçom  deve  interiorizar  para
            guiar seus pensamentos e atos.

            Entretanto,  Leadbeater  (2013)  relata  que  outros  autores  pregam  que  a  cor  branca
            representaria  também  uma  alma  ainda  não  evoluída,  por  isso  nos  graus  de  aprendiz  e
            companheiro o branco é a cor exclusiva; já nos graus de mestre é inserida a cor azul nas rosetas
            e  orla  (rito  York),  representado  que  o  conhecimento  começa  a  substituir  a  inocência.  Isso
            representa a evolução do aprendiz nos ensinamentos, e sua progressão nos graus é simbolizada
            pelos adornos adicionados ao avental.

            Leadbeater (2013) também faz referência ao formato do avental. Idealizando que o quadrado
            representa  o corpo ou matéria física e  o triângulo o espírito. Desse modo, o aprendiz tem a
            abeta levantada porque o espírito está planando sobre corpo, mas este último não é influencia
            pelo primeiro.

            Segundo de Souza (2009), numa interpretação esotérica, a abeta do avental representaria uma
            proteção do plexo solar do aprendiz, considerada a sede das emoções. Ou seja, o aprendiz não
            dominando ainda os ensinamentos do seu grau, não conseguiria ainda dominar as emoções e as
            energias. Com isso, poderia influenciar a formação da egrégora e a espiritualidades nas sessões.
            Passando ao grau de companheiro, já tendo recebido as instruções iniciais, a abeta é abaixada.

            Alguns  autores  pregam  que  a  maçonaria  atual  seria  uma  contínua  evolução  dos  antigos
            mistérios,  sobretudo  dos  Egípcios.  Dyer  (2010),  entretanto,  relata  que  tal  origem  não  foi
            devidamente  documentada.  Mas  também  relata  que  no  século  XVIII,  o  século  da  razão,  os
            irmãos estudavam, e muitos até foram iniciados nos antigos mistérios.

            Com isso, a maçonaria especulativa pode ter absorvido muito da  doutrina e simbolismo dos
            Egípcios. Porém, correlacionar a origem do avental maçônico ao avental utilizado nos rituais
            egípcios  parece  um  tanto  precipitado,  tendo  em  vista  as  diferenças  entre  eles,  como  cita
            Leadbeater:






















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