Page 103 - Trabalho do Ir.`. Ap.´. Prof. VALDINEI GARCIA
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estreitas e botas nasceu, em linhas gerais, a vestimenta de até o final da segunda guerra e de lá
para cá calça e camisa para todos.
A Maçonaria, apesar de nascida de ideias liberais e libertárias do século XVIII, continua
teimosamente a seguir a linha aristocrática em suas vestes; o terno preto, camisa branca,
gravata preta e a beca, também denominada de balandrau para Maçons.
Como se sabe, a beca é a veste preta dos funcionários judiciais, catedráticos e formados de grau
superior. De origem controvertida: Balandrau, roupa usada por algumas irmandades em
cerimônias religiosas.
O único traje verdadeiro Maçônico nada mais é que o avental, que simboliza o trabalho.
Ao se fazer um estudo mais profundo na cor, notamos o dualismo de contraste, já que a cor
preta está ligada as trevas, ao mal, ao impuro, ao profano e de um modo geral à negação de toda
luz, bem, pureza...; logo a cor preta seria contrária a todos os princípios cultuados na
Maçonaria, já que o maçom é filho da luz e se opõe às trevas.
Muitos articulistas entram nas teorias das cores da Ótica Física e descamba para uma
cromoterapia mística e entrando na doutrina dos chacras, afirmam ser segundo o espiritismo, o
que não prova a verdade, uma das metas mais importantes de um maçom.
A Maçonaria, lá pelos idos de 1850, adotou o trajar preto, com casaca, conforme os hábitos da
época, porém, é sabido que o trajar da humanidade sofreu modificações, desde o saiote egípcio,
passando pela simplicidade da túnica e do manto dos povos antigos, dos quais destacamos os
gregos e romanos; depois pelas inúmeras vestes sobrepostas dos bizantinos, dando no final da
Idade Média as casacas coloridas com seus rendilhados exóticos, simplificados pela austeridade
da Revolução Francesa, desaguando no período entre guerras, pela indumentária completa:
paletó, calça, camisa de gravata e chapéu. Este último foi o primeiro a ser abolido, por ser
incomodo a quem te que andar com velocidade.
Depois veio o desuso da gravata, do paletó, o sapato lustroso de cromo alemão, foi substituído
pelo tênis. A calça comum pela de "jeans" desbotado e a camisa esporte pelas blusas cômodas.
Coisas mais sérias e tradicionais como a ritualística e a simbologia são transformadas,
sincretizadas e resolvidas por opiniões mal fundamentadas, porque só manter constante a
obrigação do vestuário de cor preta?
Por que o preto?
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