Page 59 - Trabalho do Ir.`. Ap.´. Prof. VALDINEI GARCIA
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necessário de sua ‘pedra bruta’ (DANIEL, 2008). Para tanto, o Aprendiz-Maçom deve possuir
            qualidades morais, sentimentos bons e generosos (linha da virtude), uma mente bem dotada e
            educada (linha da direção) e uma natureza espiritual pura e profunda (linha do discernimento),
            os quais serão utilizados em suas obras. Além disso, deve dirigir e concentrar a energia a um
            ponto definido, a obra final, para que a força não se disperse e o resultado seja alcançado, sem
            nunca se desviar do caminho traçado (PESSANHA, 2008).


            Conclusão

            Apesar de suas diferenças  inerentes, as três ferramentas de trabalho do Aprendiz devem ser
            utilizados de forma conjunta e integrada. Enquanto a Régua de 24 PP.’. caracteriza-se como um
            instrumento estático, rígido, inflexível e fixo, o Maço e o Cinzel se mostram como instrumentos
            dinâmicos,  móveis,  flexíveis  e  adaptáveis  ao  trabalho  desenvolvido  pelo  Maçom.  Ou  seja,  a
            Régua de 24 PP.’. serve para medir e planejar com sabedoria a obra a ser realizada, o Maço para
            aplicar a força e energia na ação efetiva, e o Cinzel para executar o trabalho com qualidade, foco
            e discernimento, além de servir para polir os vícios, vaidades e paixões, e representar a beleza
            da  obra (MOREIRA, 2008).  O  conhecimento está  ligado à  Régua de  24 PP.’., pois  permite ao
            Aprendiz  medir  suas  emoções,  paixões  e  vaidades,  dominando-as  para  que  possa  evoluir
            enquanto Maçom. A ação está ligada à aplicação da força pelo Maço sobre o Cinzel, onde deve
            ser observado o controle emocional do Irmão Aprendiz na aplicação dos golpes para que não
            haja um acidente ou imperfeições na confecção da obra a ser construída. O Cinzel representa a
            qualidade de sentir, pois é o instrumento com que o Aprendiz entre em contato com a matéria
            do mundo externo. Portanto, “conhecemos com a Régua de 24 PP.’., sentimos com o Cinzel e
            agimos com o Maço” (GOMG, 2004; ROSENHAIM).

            Relembrando o que foi comentado no início deste trabalho, a utilização dos três instrumentos
            do Aprendiz deve servir para polir a ‘pedra bruta’ na busca por transformá-la em ‘pedra polida’.
            Isso significa  determinar as  ações, aplicar toda  a  energia e  desenvolver todas  as faculdades,
            educando  e  dominando  a  si  mesmo  em  busca  do  aperfeiçoamento  moral  e  espiritual.  Este
            trabalho que é realizado com a Régua de 24 PP.’., o Maço e o Cinzel, nunca deve ser considerado
            como  concluído.  Como  um  artesão  exigente,  o  Aprendiz  deve  constantemente  descobrir
            pequenas arestas que o leve a novos desbastes em sua ‘pedra bruta’. “Quanto mais exigente for
            o artesão melhor ficará a escultura” (DANIEL, 2008).

            Conforme destacado em GOMG (2004), “à medida que o Aprendiz pondere todas estas coisas e
            aperfeiçoe as suas faculdades, a energia nele existente passará a obedecer aos mandamentos da
            mente, realizando belas obras de artífice. Descobrirá o segredo da sua individualidade que, ao
            emergir do fio do seu Cinzel, o capacitará a lavrar a sua marca única e singular, signo de sua
            propriedade exclusiva por direito de nascimento, que só ele pode traçar”.

            Por último vale também destacar a correspondência entre os três instrumentos de trabalho do
            Aprendiz e as três principais Luzes da Loja: a Régua de 24 PP.’. corresponde à Sabedoria do
            Venerável Mestre quando do planejamento e direção dos trabalhos que devem estar ajustados à
            perfeição  e  à  beleza  da  obra  de  arquitetura  que  se  realiza  em  cada  sessão  da  Loja;  o  Maço
            corresponde à força e transmissão de energia realizada pelo 1º Vigilante em sua missão, cujo
            equilíbrio e discernimento deverá saber usá-lo no momento próprio; e o Cinzel corresponde ao
            2º Vigilante, que representa a beleza e a forma como o Maçom cinzela a ‘pedra bruta’ (GOMG,
            2004; ROSENHAIM).




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