Page 7 - Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE _CBPR
P. 7
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
CAPÍTULO 1
A ÉTICA E HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
1. Ética
Toda pessoa é dotada de uma consciência moral que a faz distinguir entre o certo e
o errado, entre o bem e o mal, capacitando-a a avaliar suas ações no contexto a que é so-
licitado, ou seja, é capaz de nortear suas atitudes pela ética, a qual pode-se dizer é um
conjunto de valores, que se tornam deveres em determinadas culturas ou grupos, sendo
expressos em ações.
A ética é, normalmente, uma norma de cunho moral que obriga a conduta de uma
determinada pessoa, sob pena de sanção específica, mas pode também regulamentar o
comportamento de um grupo particular de pessoas, como, por exemplo, bombeiros, polici-
ais, médicos, enfermeiros, etc. A partir deste momento, estamos nos referindo à ética pro-
fissional, mais conhecida como deontologia, que caracteriza-se como conjunto de normas
ou princípios que têm por fim orientar as relações profissionais entre pares, destes com os
cidadãos, com sua guarnição de serviço, com as instituições a que servem, entre outros.
Como a sua margem de aplicação é limitada ao círculo profissional, faz com que estas
normas sejam mais específicas e objetivas, gerando o advento dos Códigos de Ética ela-
borados por associações de classe, como, por exemplo, o Código de Ética Médica Brasi-
leiro.
No caso do Corpo de Bombeiros do Paraná, o Decreto Estadual nº 5.075/98 (Regu-
lamento de Ética Profissional dos Militares Estaduais do Paraná), prescreve em seu artigo
5º, que a “... deontologia militar é constituída pelo elenco de valores e deveres éticos, tra-
duzidos em normas de conduta, que se impõem para que o exercício da profissão militar
atinja plenamente os ideais de realização do bem comum, através da preservação da or-
dem pública.” Assim como a atividade do médico e do enfermeiro possuem codificações
próprias, o bombeiro militar também tem sua conduta pesada em Código próprio, que o
obriga a prestar seu serviço de atendimento pré-hospitalar calcado em valores e deveres
militares, não menos importantes, que o dos códigos dos profissionais de saúde.
Ao longo do Curso de Socorristas, são ensinadas normas técnicas que indicam
fórmulas do fazer, que são apenas meios de capacitação, levando o homem a atingir re-
sultados. Todavia a técnica não deve perder sua correlação natural com as normas éticas,
que atenuam o sofrimento da vítima e humanizam o atendimento.
O socorrista deve saber equilibrar os dois pratos da balança que formam seu cará-
ter profissional: o lado técnico e o lado emocional. Caso haja uma prevalência de qual-
quer um dos lados, o atendimento pode ser comprometido tanto pelo lado humano, quan-
- 1 -