Page 8 - Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE _CBPR
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Ética e Humanização


               to pelo lado científico.  O bombeiro militar que tenha completo domínio do atendimento
               pré-hospitalar, mas que não tenha o discernimento necessário para atuar com atenção es-
               pecial nos casos que assim requeiram, não possui o caráter ético-profissional para ser so-
               corrista. O mesmo se aplica àquele que possua um equilíbrio emocional e não saiba as
               técnicas pré-hospitalares.

                      Para um atendimento pré-hospitalar satisfatório o socorrista deve possuir, além do
               equilíbrio emocional e da competência técnico-científica, uma competência ética, funda-
               mental para a humanização do serviço.

                      A competência ética no atendimento pré-hospitalar é formada por quatro vertentes
               de relacionamento, sendo elas:

                          ● Socorrista e outros militares;
                          ● Socorrista e profissionais de saúde;
                          ● Socorrista e vítima;

                          ● Socorrista e parentes/conhecidos/outros envolvidos.

                      As relações dos socorristas com outros militares e profissionais de saúde não tra-
               zem muitos problemas, pois a formação militar facilita o relacionamento. Resta-nos anali-
               sar e fundamentar os princípios para um relacionamento ético entre bombeiros e vítimas,
               e bombeiros e parentes/conhecidos/outros envolvidos no trauma. Estes dois tipos de rela-
               cionamentos estão baseados em três princípios fundamentais:
                          ● Respeito à pessoa;

                          ● Solidariedade;
                          ● Sentimento do dever cumprido.

                      Tendo por base estas três premissas, o socorrista saberá pautar suas atitudes e
               considerar as alterações emocionais decorrentes do trauma. Não se deixará influenciar
               pela conduta social da vítima incorrendo num julgamento errôneo (fará um atendimento
               imparcial), atentará para os cuidados com a exposição da vítima, terá atenção especial
               com crianças, e terá a seriedade como base para uma postura profissional que se espera.

                      Um atendimento perfeito ocorre quando, mesmo com o sucesso do emprego de to-
               das as técnicas dominadas pelo socorrista, atende-se a dignidade da pessoa humana em
               todo seu alcance, angariando o respeito e a admiração da vítima e outras pessoas envol-
               vidas, pelo elevado grau de profissionalismo existente na corporação.



                       2.  Humanização: Um Abrandamento do Caráter  Técnico da Medicina

                      A Portaria GM/MS n.º 1.863, de 29 de setembro de 2003, trata da “Política Nacional
               de Atenção às Urgências” trazendo novos elementos conceituais, como o princípio da hu-
               manização.

                      Parece estranho falar de humanização num campo em que deveria ser implícito o
               “amor ao próximo”, como é o caso da medicina. Todavia, com o advento da vida moderna,


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