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aumentar e melhorar as condições de trabalho das 54 famílias da CO-
OPERU que tiram seu sustento dos reciclados.
marcos moreno– Jurandir, como é a rotina da sua atividade no projeto?
Jurandir César beraldi – Minha rotina é coletar os materiais e ajudar a
separar. Tudo dentro da nossa disponibilidade de horários. Faço o traba-
lho de divulgação e ajudo na parte financeira com os gastos do projeto.
Dividimos as despesas com panfletos, brindes e a locação do depósito.
marcos moreno – Thaise, você pode quantificar quantos animais já foram
beneficiados por esse projeto?
thaise de Oliveira assis – O projeto existe há sete meses e até a metade do
mês de setembro castramos 33 animais, todos com dinheiro 100% arre-
cadado de reciclados, de materiais que estavam indo direto para o aterro
sanitário! No início conseguíamos castrar dois cães ou gatos por mês,
atualmente a média tem sido de dois animais por semana.
marcos moreno – Gilda, você percebe que as pessoas, de um modo geral,
se preocupam com o descarte de lixo e entendem essa proposta?
Gilda Cardoso de Oliveira – No município de Uberaba, não há coleta sele-
tiva, não há trabalho de conscientização da população em relação a isso.
Pouco se sabe sobre reciclagem, muito menos se preocupam com o gran-
de impacto que o descarte incorreto de resíduos causa ao meio ambiente.
marcos moreno – Jurandir, o que descartamos mais erroneamente no
nosso dia-a-dia?
Gilda Cardoso de Oliveira
Jurandir César beraldi – vidros, 99% da população de Uberaba não sabe
que vidro pode ser reciclado.
marcos moreno – Gilda, você se marcos moreno – Thaise, você tem parceria com alguma clínica ou vete-
inspirou em algum trabalho que rinária? Pergunto porque os custos com animais não são baixos.
você já conhecia para pensar na thaise de Oliveira assis – Sim, existem alguns profissionais na cidade
realização desse projeto? que entendem e auxiliam muito os protetores. Atualmente o veteri-
Gilda Cardoso de Oliveira – Não. nário José Carlos, parceiro do nosso projeto é quem mais ajuda, nos
Apesar de conhecer projetos que casos de animais de resgate ou/e comunitários. Mas, sempre contei com
recolhem tampinhas plásticas muita ajuda financeira de familiares e amigos. E agora usamos 100 %
e lacres de alumínio, como for- da verba conseguida com a venda dos reciclados. Quando a intenção é
ma de renda para alguns tipos boa tudo se ajeita e dá certo.
de causas, a minha preocupação
com o meio ambiente era que eu marcos moreno – Gilda, se esse projeto estivesse inserido no trabalho de
não enxergava esses atos visando uma ONG, que vantagens poderia ter?
100 % o meio ambiente. Na con- Gilda Cardoso de Oliveira – Esse Projeto está com a documentação em
cepção do Mais Dog- Menos Lixo andamento para se tornar uma ONG e com certeza fará toda a diferença
pensei não somente em arreca- em relação ao meio ambiente, a causa animal, a economia e o desempre-
dar dinheiro, mas também reco- go. Um único movimento que gera uma corrente de benefícios enorme.
lher tudo que pode ser reciclado, Gostaria muito que os protetores individuais e ONGS se juntassem a nós
evitando assim o aumento do vo- em prol do bem comum. São coisas tão importantes para o planeta, que
lume do aterro sanitário, a polui- não vejo razão para egos inflados ou uma certa concorrência. Precisamos
ção do meio ambiente, do efeito unir forças sempre!
estufa e a economia na quantida- marcos moreno – Jurandir, já aconteceu de acharem alguma coisa de mui-
de de lixo que a prefeitura paga to valor descartada por descuido?
para enterrar diariamente, nas Jurandir César beraldi – De muito valor não, mas encontramos inúmeros
castrações realizadas pagas inte- materiais que poderiam ser reaproveitados, como por exemplo livros, va-
gralmente pelo projeto e ainda, sos, brinquedos, panelas de alumínio e outros tipos de vasilhames.
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