Page 56 - DEUS É SOBERANO - A. W. Pink
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Salvação                                                 51


              todos não  são salvos,  especialmente todos quantos ouvem o
             evangelho? Você continua argumentando:  “Não será porque
             a  maioria  se  recusa  a  crer?”  Bem,  é  verdade,  mas  isso  é
             apenas parte da verdade.  É a verdade do  lado  humano.  Há
             também  o  lado  divino,  e  esse  lado  precisa  ser  ressaltado;
             caso  contrário,  Deus  será  despojado  de  sua  glória.  Os
             não-salvos  estão  perdidos  porque  se  recusam  a  crer;  os
             demais estão salvos justamente porque crêem.  Mas, por que
             estes crêem? O que os leva a confiarem em Cristo? Porven­
             tura são mais inteligentes do que os  seus  semelhantes,  mais
             prontos a discernirem a sua própria necessidade de salvação?
             Longe de nós tal idéia, “Pois quem é que te faz sobressair? E
             que tens tu que não tenhas recebido? E,  se o recebeste,  por
             que  te  vanglorias,  como  se o não tiveras  recebido?”  (1  Co
             4.7).
                    É o próprio Deus  quem estabelece a diferença entre
             os eleitos e os não-eleitos, porque está escrito acerca dos que
             lhe  pertencem:  “Também  sabemos  que  o  Filho  de  Deus  é
             vindo,  e nos  tem dado entendimento para reconhecermos  o
             verdadeiro;  e  estamos  no  verdadeiro,  em  seu  Filho  Jesus
             Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 Jo 5.20).
                    A fé é um dom de Deus, e “a fé não é de todos” (2 Ts
             3.2). Portanto, vemos que Deus não concede esse dom a todos.
             Quem, pois, recebe essa graça salvadora? Nós, seus próprios
             eleitos, respondemos — “e creram todos os que haviam sido
             destinados  para  a  vida  eterna”  (At  13.48).  Por  isso  é  que
             lemos:  “A  fé  que  é  dos  eleitos  de  Deus”  (Tt  1.1).  Mas,  é
             Deus soberano na distribuição dos seus favores? Não tem Ele
             o direito de ser assim? Existem ainda aqueles que “murmuram
             contra o dono da casa”? Então, as próprias palavras do Senhor
             são resposta suficiente:  “Porventura não me é lícito  fazer o
             que quero do que é meu?”  (Mt 20.15).  Deus  é soberano na
             distribuição dos seus dons, tanto no âmbito das coisas naturais
             como das espirituais.
                    Até aqui fizemos uma exposição geral; agora aborda­
             remos as particularidades.
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