Page 60 - DEUS É SOBERANO - A. W. Pink
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            "reservadas” por Deus! Agora, o apóstolo diz que assim como
            nos dias de Elias houve um  “remanescente”,  reservado por
            Deus, assim também acontece nesta presente dispensação.
                   “Um remanescente segundo a eleição da graça. ” Aqui,
            n causa da eleição é traçada desde a sua fonte. A base sobre a
            qual  Deus  elegeu  esse  “remanescente”  não  foi  qualquer  fé
            prevista  por  Deus  e  que  seria manifestada  por  este  grupo,
            porquanto  uma  escolha  fundamentada  na  previsão  de  boas
            obras seria feita na base de boas obras, tanto quanto qualquer
           escolha;  mas,  nesse  caso,  já  não  seria  “pela  graça”;  pois,
            segundo ensina o apóstolo,  “se é pela graça, já não é pelas
           obras;  do  contrário,  a  graça já não  é  graça”.  Isto  significa
           que a graça e as obras se opõem mutuamente, nada tendo em
           comum,  não  podendo  ser  misturadas,  assim  como  não  se
           misturam a água e o azeite.  Deste modo, a idéia de qualquer
           bondade inerente, prevista nos eleitos,  ou de qualquer coisa
           meritória,  feita por eles,  fica rigorosamente excluída.  “Um
           remanescente  segundo  a  eleição  da  graça”  significa  uma
           escolha incondicional, resultante da soberana graça de Deus;
           em resumo, é uma eleição absolutamente gratuita.
                   “Irmãos,  reparai,  pois,  na vossa vocação;  visto  que
           não  foram  chamados  muitos  sábios  segundo  a  carne,  nem
           muitos  poderosos,  nem  muitos  de  nobre  nascimento;  pelo
           contrário,  Deus  escolheu  as  cousas  loucas  do  mundo  para
           envergonhar os sábios e escolheu as cousas fracas do mundo
           para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as cousas humildes
           do  mundo,  e  as  desprezadas,  e  aquelas  que  não  são,  para
           reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie
           na presença  de  Deus”  (1  Co  1.26-29).  Por  três  vezes  este
           texto  se  refere  à  escolha  feita  por  Deus;  e  essa  escolha
           pressupõe, necessariamente, uma seleção, em que Deus recebe
           a uns e rejeita a outros.  Quem escolhe é o próprio Deus.  O
           número de pessoas escolhidas é definido — não “muitos sábios
           segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre
           nascimento”.  É isso, pois,  que se deve dizer quanto ao fato
           da escolha divina; agora, notemos os objetos da sua escolha.
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