Page 64 - DEUS É SOBERANO - A. W. Pink
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                   “Eleitos,  segundo  a  presciência  de  Deus  Pai,  em
            santificação  do Espírito,  para a obediência e  a aspersão do
            sangue de Jesus Cristo”  (1 Pe  1.2). Uma vez mais, a eleição
            feita pelo Pai precede a obra do Espírito nos que são salvos,
            bem como precede a obediência que eles prestam mediante a
            l'é; assim, a questão deixa o terreno da criatura e descansa na
            soberana vontade do Todo-Poderoso. A “presciência de Deus
            Pai”  não se refere aqui ao conhecimento prévio de todas as
            coisas;  simplesmente  significa que  os  santos  estavam todos
            eternamente presentes em Cristo,  diante da mente de Deus.
            Deus  não  tinha  a  “presciência”  de  que  certas  pessoas,  que
            ouviriam o evangelho,  creriam nEle,  à parte do fato de que
            Ele destinara tais pessoas à vida eterna.  O que a presciência
            divina viu  em todos  os homens  foi  amor ao pecado  e  ódio
            contra a própria pessoa divina. A presciência divina alicerça-se
            nos próprios  decretos  de  Deus,  conforme  se vê  claramente
            em Atos 2.23: “Sendo este entregue pelo determinado desígnio
            e  presciência  de  Deus,  vós  o  matastes,  crucificando-o  por
            mãos de iníquos”.  Note a ordem de apresentação:  primeira­
            mente,  o  “determinado  desígnio”  de  Deus  (o  seu decreto);
            em  segundo  lugar,  a  sua  “presciência”.  Isto  também  se
            apreende  em  Romanos  8.28,29:  “Porquanto  aos  que  de
            antemão  conheceu,  também  os  predestinou  para  serem
            conformes à imagem de seu Filho”. A primeira palavra aqui
            usada,  “porquanto”,  diz respeito ao versículo anterior,  cuja
           última cláusula fala  “daqueles que são chamados segundo o
            seu  propósito”  —  são  aqueles  que  Deus  “de  antemão
            conheceu”  e  “predestinou”.  Finalmente,  devemos  salientar
            que,  ao  lermos  nas  Escrituras  que  Deus  “conheceu”
           determinadas pessoas, tal palavra é empregada no sentido de
            conhecer com aprovação e amor: “Mas se alguém ama a Deus,
            esse é conhecido por ele” (1 Co 8.3). Aos hipócritas, porém,
            Cristo dirá:  “Nunca vos conheci”. Esses nunca foram objetos
           especiais  de  seu  amor.  “Eleitos,  segundo  a  presciência  de
           Deus Pai”, por conseguinte, significa escolhidos por ele como
           objetos especiais de sua aprovação e de seu amor.
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