Page 67 - DEUS É SOBERANO - A. W. Pink
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             princípio (At 15.18). Qual foi, então, o propósito do Pai e o
             desígnio  do  Filho?  Respondemos  que  Cristo  morreu  pelos
             “eleitos de Deus”.
                    Não ignoramos o fato de que a questão do propósito
             limitado  da  morte  de  Cristo  tem  sido  alvo  de  intensa
             controvérsia;  mas  qual  grande  verdade,  revelada  nas
             Escrituras,  não  tem  sido  tratada  desse  modo?  Porém,  não
             estamos  nos  esquecendo  de  que  qualquer  coisa  referente  à
             pessoa  e  à  obra  do  nosso  bendito  Senhor  exige  ser  tratada
             com a máxima reverência e que cada afirmativa que fazemos
             deve  estar apoiada sobre um  “Assim diz o  Senhor”.  Nosso
             apelo será “à Lei e ao Testemunho”.
                    Por  quem  Cristo  morreu?  Quem  eram  aqueles  que
             Ele tencionava redimir ao derramar o seu sangue? Certamente
             o Senhor Jesus tinha alguma absoluta determinação em vista,
             quando  foi  à  cruz.  Se  foi  assim,  segue-se  necessariamente
            que  a  extensão  desse  propósito  foi  limitada,  porque  uma
            determinação ou propósito absoluto da parte de Deus neces­
             sariamente  tem  de  ser  levado  a  efeito.  Se  a  determinação
            absoluta de Cristo incluía toda a humanidade, por certo que
            todos os seres humanos teriam de ser salvos. Para escaparem
            dessa  inevitável  conclusão,  muitos  têm  afirmado  que  essa
            determinação absoluta não existia antes da vinda de Cristo e
            que, na morte dEle, foi feita apenas uma provisão condicional
            para  a  salvação  de  toda  a  humanidade.  A  refutação  desse
            pressuposto se acha na promessa feita pelo Pai ao Filho antes
            que este fosse à cruz, antes mesmo do Filho encarnar-se.  As
            Escrituras  do  Antigo  Testamento  expressam  como  o  Pai
            prometeu  ao  Filho  certo  galardão  por  seus  sofrimentos  em
            favor dos pecadores. A esta altura, nos limitaremos a algumas
            poucas  expressões,  registradas  no  bem  conhecido  capítulo
            cinqüenta  e  três  do livro de  Isaías.  Ali,  a  Palavra  declara:
            “Quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a
            sua posteridade”;  “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua
            alma  e  ficará  satisfeito;  o  meu  Servo,  o  Justo,  com  o  seu
            conhecimento justificará a muitos”  (vv.10,11).  Gostaríamos
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