Page 69 - DEUS É SOBERANO - A. W. Pink
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              toda especial.  Ele afirmou:  “Todo aquele  que o Pai me dá,
              esse virá  a mim;  e  o  que  vem  a mim,  de modo  nenhum  o
              lançarei fora...  E a vontade de quem me enviou é esta:  que
              nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário,  eu
              o  ressuscitarei  no  último  dia”  (Jo  6.37,39).  E  outra  vez:
              “Tendo Jesus falado estas cousas, levantou os olhos ao céu e
              disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o
              Filho te glorifique a ti; assim como lhe conferiste autoridade
              sobre toda a carne,  a fim de que ele conceda a vida eterna a
              todos os que lhe deste...  Manifestei o teu nome aos homens
              que me deste do mundo.  Eram teus,  tu mos confiaste,  e eles
              têm guardado  a tua palavra...  É por eles  que  eu rogo;  não
              rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são
              teus...  Pai,  a minha  vontade  é  que  onde  eu  estou,  estejam
              também  comigo  os  que me  deste,  para  que  vejam  a minha
              glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação
              do mundo” (Jo 17.1,2,6,9 e 24). Antes da fundação do mundo,
              o Pai predestinou um povo para ser conformado à imagem de
              seu Filho, e a morte e a ressurreição do Senhor Jesus aconte­
              ceram a fim de cumprir-se o divino propósito.
                     (2)        A  própria  natureza  da  expiação  é  evidência  de
              que, na sua aplicação aos pecadores, a expiação foi limitada
              no propósito de Deus. Ela pode ser considerada sob dois pontos
              de  vista  principais  —  um  concernente  a  Deus  e  outro
              concernente ao homem.  No que concerne a Deus,  a obra de
              Cristo foi umapropiciação, um apaziguamento da ira divina,
              uma satisfação à justiça e à santidade de Deus; no que concerne
              ao  homem,  foi  uma  substituição  —  o  inocente  tomando  o
              lugar do culpado,  o Justo morrendo pelos  injustos.  Falando
              de forma estrita, a substituição, em que a Pessoa toma o lugar
              de outras, envolve não somente que o Substituto aceita volun­
              tariamente  os  sofrimentos,  mas  também  que Ele  reconhece
              de forma  clara as pessoas  em favor das quais está agindo,
             pessoas essas cujos pecados Ele está tomando sobre Si e cujas
              obrigações  está  cumprindo.  E  não  somente  Ele,  mas  o
              Legislador, Aquele que é propiciado, reconhece aqueles pelos
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