Page 73 - DEUS É SOBERANO - A. W. Pink
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               e  sobre  a  vontade  do  homem,  poder  este  que  vence  a
               “inimizade”  inerente  e  crônica  do  homem,  conforme  está
               escrito:  “Apresentar-se-á voluntariamente o teu povo no dia
               do teu poder” (SI 110.3). Dizer que Cristo é incapaz de ganhar
               aqueles que não se mostram dispostos é negar que Ele detém
               todo o poder, nos céus e na terra. Dizer que Cristo não pode
               demonstrar  seu  poder  sem  destruir  a  responsabilidade  do
               homem é tomar como comprovada a questão aqui discutida,
               pois Ele já  revelou o  seu poder  e tornou dispostos  aqueles
               que já vieram a Ele; e, se isso aconteceu sem que a responsa­
               bilidade deles fosse destruída, por que não poderia Ele fazer
               outro tanto, com outras pessoas? Se Cristo pode conquistar o
               coração de um pecador, por que não poderia fazer a mesma
               coisa  com  outros?  Dizer,  como  usualmente  se  diz,  que  os
               outros não permitem que Ele o faça é impugnar sua suficiência.
               É  uma  questão  da  vontade  de  Cristo.  Se  o  Senhor  Jesus
               decretou,  desejou  e  determinou  a  salvação  de  toda  a
               humanidade,  então a raça humana inteira  será salva ou,  de
               outra forma, falta a Ele o poder para cumprir as suas intenções.
               Nesse caso, não se poderia dizer:  “Ele verá o fruto do penoso
               trabalho de sua alma eficará satisfeito”. A questão levantada
               envolve  a  divindade  do  Salvador,  porquanto  um  Salvador
               derrotado não pode ser Deus.
                      Tendo  considerado  alguns dos princípios  gerais  que
               exigem que creiamos que a morte de Cristo foi limitada quanto
               ao  seu  propósito,  passaremos  a  considerar  algumas  das
               evidentes  declarações  das  Escrituras  que  afirmam isso  com
               segurança.  Em Isaías  53,  tão  maravilhoso  e  incomparável,
               Deus  nos  fala acerca de  seu Filho:  “Por juízo  opressor foi
               arrebatado, e de sua linhagem quem dela cogitou? porquanto
               foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão
               do meu povo foi ele ferido”  (v.8).  Harmonizando-se perfei­
               tamente com isso, veio a palavra do anjo a José:  “Lhe porás
               o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados
              deles”  (Mt 1.21).  Isso envolve não apenas o povo de Israel,
              mas  todos  aqueles  que  o  Pai  “deu”  a Jesus.  Nosso  Senhor
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