Page 75 - DEUS É SOBERANO - A. W. Pink
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              1.4,5).  Da mesma forma, Cristo disse:  “Ainda tenho (e não,
             terei) outras ovelhas,  não deste aprisco” (Jo  10.16).
                     Se  houve  um  período  durante  o  qual  o  verdadeiro
             desígnio da cruz ocupou o lugar de preeminência, no coração
             e na conversa de nosso bendito Salvador, foi durante a última
             semana de seu ministério na terra.  O que, pois, registram as
             Escrituras, quando tratam dessa parte do ministério de Jesus
             em conexão com o nosso presente assunto? Dizem:  “Sabendo
             Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para
             o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os
             até  ao  fim”  (Jo  13.1).  Elas  também  registram  uma  oütra
             declaração  dEle:  “E  a favor deles  eu  me  santifico  a  mim
             mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade”
             (Jo  17.19).  Isso significa que ele se separou para morrer em
             favor daqueles que lhe foram dados pelo Pai. Alguém poderia
             bem  perguntar:  Por  que  essa  discriminação  de  termos,  se
             Cristo morreu por todos os homens,  indistintamente?
                    Antes de encerrarmos esta seção do capítulo, conside­
             remos,  resumidamente,  algumas  daquelas  passagens  que
             parecem  ensinar,  de  maneira  mais  vigorosa,  um  ilimitado
             desígnio  na morte  de  Cristo.  Em 2  Coríntios  5.14,  lemos:
             “Um morreu por todos”. Todavia, isso não é tudo que afirma
             este versículo. Examinando-se toda a passagem da qual essas
             palavras são citadas, verificar-se-á que, longe de ensinar uma
             expiação ilimitada,  ela milita enfaticamente em favor de um
             desígnio limitado na morte de Cristo. O versículo inteiro diz
             o seguinte:  “Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando
             nós isto:  [se]  um morreu por todos,  logo todos morreram”.
             Deve-se esclarecer que no texto original há um artigo definido
             antes da última ocorrência da palavra “todos” e que o verbo
             está no aoristo, deixando claro que são todos que morreram.
             O apóstolo estava tirando uma conclusão, conforme se percebe
             claramente nas palavras “julgando nós isto: se... logo todos... ”
             O  significado  é  que  todos  aqueles  em  favor dos  quais  esse
             “um” morreu, são considerados, judicialmente falando, como
             tendo  morrido  também.  O  versículo  seguinte  continua:  “E
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