Page 178 - O vilarejo das flores
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distrair. Certo dia, ela bateu o pé e foi sem o consentimento dele. O
        pneu do carro do namorado furou, não conseguiram encontrar um

        borracheiro e tiveram que voltar para casa. A partir desse dia, ela não
        o contrariou mais.
               Acordou cedo no dia seguinte para entregar a monografia
        ao professor. No caminho de volta, resolveu passar no trabalho de

        Thomás. Ariadne estava apaixonada por Thomás, mas ele tinha
        receio de assumi-la devido a seu temperamento forte. Estava sempre
        mandando nele e ligava a toda hora. Quando chegou, era quase hora
        do almoço. Ariadne aproximou-se e exclamou:

        —Oi! Estava com saudades, então passei para te ver.  Vem almoçar
        comigo?
        —É...-hesitou Thomas confuso ao vê-la – Nós não tínhamos
        combinado de nos encontrar na formatura?

        -Sim, mas como você não ligou ontem, pensei que seria bom nos ver
        hoje. – Determinou ela.
        —Olha Ariadne, estou com muito trabalho. Não posso parar agora.
        —Mas você tem que parar para almoçar uma hora. E pode ser agora.

        -Não, eu não posso. Preciso voltar ao trabalho. Vemo-nos sábado. –
        Disse ele tentando manter a calma.
        —Você está diferente. – Disse ela tentando buscar um motivo para
        a negativa dele- Aconteceu alguma coisa ontem? Você saiu com a

        turma, não foi?
        —Ariadne,  eu  nem  saí  ontem!  Fiquei  em  casa  para  terminar  a
        monografia. - Bradava ele alterando-se.
        —Porque você está gritando? Eu só fiz uma pergunta! – Falava ela

        enquanto dissimulava a vontade de gritar com ele – Se você está
        nervoso, não desconte em mim!
        —JÁ CHEGA ARIADNE!- berrou ele sem poder controlar a raiva
        —Eu estou cansado desse controle. Você me sufoca! É melhor nós

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