Page 180 - O vilarejo das flores
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comparava-a as mães de outras pessoas. Perguntava-se porque que
        sua mãe não era atenciosa e amorosa. Conversava pouco e evitava

        certos assuntos. Nair era o tipo de mulher que trouxe uma bagagem
        de mulher altiva e poderosa. Sua opinião estava sempre certa e nunca
        era questionada. Isso chateava Ariadne, mas seu comportamento
        não ajudava a mudar a situação. Em casa, a conversa entre as duas

        era sempre turbulenta.
        —Como foi o trabalho hoje, filha?
        —Foi tudo bem, mãe. –Respondeu Ariadne de mau humor.
        —Que foi, parece chateada?

        —Deixe-me  em  paz,  mãe!  Fica  se  metendo  em  tudo!  –  Berrou
        Ariadne com ignorância.
        —Sua estúpida! - Gritou a mãe – Só estava preocupada com você.
        Vou sair! Se quiser jantar, faça você mesmo!

               Nair pegou sua bolsa e saiu batendo a porta. Ariadne sentiu-
        se mal, mas sua mãe sempre se metia em sua vida. Pelo menos era
        o que ela pensava. Arrumou algo para comer e escondeu-se em seu
        quarto. Pensava que se seu pai estivesse vivo, tudo seria diferente.

        Acabou pegando no sono.
               Pela manhã, Ariadne levantou-se com uma dor na lombar e
        com dificuldade foi para a cozinha tomar o desjejum. Sua mãe estava
        na pia de costas.

        —Bom dia. – murmurou Ariadne.
        —Bom dia. – disse Nair mal-humorada.
        —Mãe? - Disse ela mais humilde.
        —O quê? – Perguntou a mãe ainda zangada.

        —Estou com muita dor na lombar. – Reclamou ela.
        —É mesmo? – Debochou a mãe – Agora precisa de mim? Vamos
        num ortopedista, porque eu não sou médica.
               As duas arrumaram-se e foram ao ortopedista. Ariadne foi

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