Page 242 - Fortaleza Digital
P. 242
- Localizou nosso homem? - o agente ao volante perguntou ao parceiro. Sem tirar
os olhos do monitor da câmera com grande-angular posicionada no teto, o
parceiro respondeu:
- Não, vamos em frente.
275
CAPÍTULO 78
Jabba estava suando, enfiado sob uma maçaroca de cabos. Ainda estava de
costas no chão, segurando uma pequena lanterna entre os dentes. Tinha se
acostumado a trabalhar durante os fins de semana. Esses dias mais calmos na
NSA eram freqüentemente as poucas vezes em que podia fazer manutenção no
hardware. Movia-se com enorme cuidado enquanto manipulava o ferro de soldar
em brasa nos espaços exíguos do labirinto de cabos acima dele. Se o
revestimento isolante de um cabo fosse danificado, seria desastroso.
Só mais alguns milímetros... A tarefa estava demorando mais do que ele previra.
Quando estava colocando a ponta do ferro contra a última gota de solda, seu
telefone celular tocou abruptamente. Jabba assustou-se e um pingo de solda caiu
em seu braço. Chumbo líquido.
- Merda! - Deixou cair o ferro de soldar e praticamente engoliu a pequena
lanterna. - Merda! Merda! Merda!
Esfregou vigorosamente o braço queimado. O pingo de chumbo deixara uma
grande marca. O chip que ele estava tentando soldar caiu da placa e foi bater em
sua cabeça.
- Mas que droga!
O telefone de Jabba continuava tocando. Ignorou-o.
- Midge - vociferou. Que se dane! A Criptografia está bem!
O telefone continuou tocando. Jabba retomou à sua tarefa de fixar o chip na
placa. Pouco depois o chip já estava no lugar, mas o celular não parava de tocar.
Mas que coisa, Midge! Esqueça isso! O telefone tocou mais alguns segundos e
finalmente parou. Jabba suspirou, aliviado. Um minuto depois o
intercomunicador da sala onde estava entrou em ação. "Pedimos que o chefe do
Departamento de Segurança de Sistemas entre em contato com a central
telefônica." Jabba estava achando que aquilo era um pouco demais. Ela