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fazemos nos solos”.
Neste ano, o solo reteve menos de 40% da
umidade das chuvas de verão. Em algumas
regiões de Mato Grosso do Sul, a umidade
relativa do ar estava abaixo de 10%. O calor
extremo, as frentes frias com geadas, agrava-
ram ainda mais a estiagem.
A Federação da Agricultura informou que
de cada dez lavouras de milho no Estado,
seis estavam em condições ruins, e as perdas
gerais na agricultura já haviam ultrapassado
3 milhões de toneladas. Com tudo tão seco,
qualquer faísca pode gerar grandes incêndios.
O titular da Semagro (Secretaria de Estado
de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econô-
mico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime
Verruck, alertou, no dia 27 de julho, que estão
proibidos quaisquer tipos de queimadas em
todo território de Mato Grosso do Sul. “Seja
em terra indígena, parques públicos, para
renovação de pastagem ou qualquer outra
alegação, quem for flagrado ateando fogo
será enquadrado como infrator”.
O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de
Mato Grosso do Sul) suspendeu todas as licen-
ças para queimadas controladas até 30 de
outubro em todo o Estado.
Pantanal não apresenta a habitual cheia
pelo terceiro ano consecutivo
Informações do Observatório Pantanal
mostram que o Rio Paraguai, que drena a
Bacia do Alto Paraguai e o bioma Pantanal,
vem apresentando valores de nível d’água
significativamente abaixo da média pelo
segundo ano consecutivo. Com tendência de
declínio de seu nível até o mês de outubro,
quando normalmente termina o processo de
vazante, o Rio Paraguai preocupa em todas
as estações monitoradas pelo SGB (Serviço
Geológico do Brasil).
Desde o dia 1º de junho, na estação do
município de Ladário (MS), o nível já havia
chegado a 1,50 m, que é considerado o limite
de restrição para navegação pela Marinha do Rodovia Transpantaneira cortando a paisagem seca e calcinada do
Pantanal em 2020 previsão de nova seca extrema em 2021 (Foto Ernesto
Carriço - NurPhoto - AFP
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