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Brasil. Esse será o terceiro ano consecutivo
em que o Pantanal não apresenta a habitual
cheia, condição em que o nível d’água supera
os 4 metros no município.
Já na Estação de Cáceres (MT), o nível d’água
registrado até meados de julho (70 cm) tinha
atingindo os menores valores mínimos já
observados para este período do ano, con-
siderando toda sua série histórica de dados
(com registros desde 1965). Há dois anos, esse
índice era mais que o dobro.
Incêndios consumiram 26% da vegetação
pantaneira em 2020
O ano de 2020 foi marcado pela maior
tragédia da história do Pantanal, quando
incêndios destruíram cerca de 4 milhões de
hectares, ou seja, cerca de 26% do bioma.
A área destruída pelo fogo no ano passado
abrigava bilhões de animais – mais de 10
milhões morreram. Em Mato Grosso do Sul,
o fogo consumiu 1,7 milhão de hectares,
enquanto cerca de 2,2 milhões de hectares
viraram cinzas no Mato Grosso.
A região mal se recuperou direito e corre
o risco de reviver esse desastre, talvez em
proporção maior. Dados do ALARMES (Aler-
ta de Área Queimada com Monitoramento
Estimado por Satélite), divulgados no dia 9
de julho pelo Observatório Pantanal revelam
que, desde o início de 2021, o fogo já havia
atingido 58.600 hectares do bioma. Naquela
semana, a média de área queimada por dia
foi de 3.400 hectares.
Com a previsão de um novo recorde de
estiagem neste inverno, somada ao risco de
incêndios florestais, o Governo de Mato Grosso
do Sul decretou situação de emergência em
todo o Estado no dia 13 de julho, um dia após
o Ministério do Agricultura e o Sebrae (Servi-
ço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas) lançarem o programa Pró-Panta-
nal - iniciativa que engloba um conjunto de
ações para mitigação, prevenção e combate
a incêndios e queimadas nas áreas rurais do
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