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e choram, reconhecem e respeitam a
         liberdade das companheiras ou com-
         panheiros na tomada de decisões e es-
         colhas,  respeitam  a  orientação  sexual
         de outras pessoas, não fazem piadas de
         mau gosto nem objetificam as mulheres
         e desconstroem os padrões tóxicos de
         comportamento prejudiciais às relações
         de modo geral.
               Essas são apenas algumas das
         características de um perfil que cresce
         cada vez mais em nossa sociedade, pro-
         vando a importância das revoluções na
         esfera privada quando se trata de cons-
         truir um mundo mais justo e igualitá-
         rio. Estamos tratando de um tema dos   Dr. Jorge Bichuetti
         Estudos de Gênero denominado como
         Masculinidades. Mas, alto lá! Não con-
         funda masculinidade com masculinis-
         mo; esse último, um movimento misógi-
         no, em que os homens se colocam com
         vítimas das feministas e se recusam a
         reconhecer que ainda se encontram no
         topo e gozam de privilégios nos espaços
         das sociedades contemporâneas.
               Para  entender  como  alguns  ho-
         mens lidam com o tema Masculinida-
         des, além de Jorge Bichuetti, conversei
         também com o escrivão da Polícia Civil,
         Pedro Perassi e o historiador e professor
         da  Universidade  Federal  do Triângulo
         Mineiro, Flávio Saldanha, que revela-
         ram à Revista Mulheres aspectos im-
         portantíssimos sobre o tema, a partir do
         entendimento de que a masculinidade
         tóxica é a imposição de comportamento
         masculino machista. Recomendo ainda   Flávio com a filha Cecília
         às leitoras e leitores, interessados em se
         aprofundar no tema, o documentário,   nos prejudicamos, somos construídos socialmente para nos identificarmos como
         “O silêncio dos homens”, produzido   homens, processo que gera muito sofrimento e traumas”, disse. “Acho interessante
         pelo site Papodehomem, a série  “Big   a criação de grupos de homens para discutir masculinidade tóxica”, completa.
         Little Lies”, da HBO e os livros “As co-  Outro olhar importante foi apontado por Jorge Bichuetti. Ele observa que
         res da masculinidade”, de Mara Viveros,   o homem é predominantemente uma existência baseada no poder, na exclusão da
         e “De Guri a Cabra Macho: Masculini-  ternura, na cultura fálica dominante, dominadora e violenta. Para ele, é necessário
         dades no Brasil”, de Jorge Lyra.   se pensar em uma nova suavidade, que permita o amor, o encontro, a possibilidade
               Voltando  ao  tema,  na  opinião   da vida como expressão de direitos e vivência de cidadania, da convivência entre
         de Pedro Perassi, 36 anos, nascido em   pessoas sem subjugação de uma por outra. “O ser homem hoje ainda exige, na
         Juiz de Fora (MG), estudar as masculi-  restrição falocêntrica da vida, a subjugação do outro”, observa. Jorge traz outras
         nidades é fundamental para identificar   reflexões: a tarefa do lar, quando realizada de modo igualitário, quebra a domina-
         e compreender os aspectos da mascu-  ção do macho que exclui, no dia a dia, a vida enquanto produção de iguais. “Além
         linidade tóxica e um importante passo   disso, o homem, na sua subjetividade falocêntrica, encontra-se inibido do sensível,
         para uma mudança de paradigma. “As   do terno, da vivência singela, o que amputa e torna a vida mais vulnerável, mono-
         mulheres são as principais vítimas do   lítica e empobrecida”, observa. O machismo, de acordo com ele, inibe a potência
         machismo, mas também nós homens    do humano e a capacidade criativa do homem integral. A expressão “o homem não



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