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                                                           de  Maio  de  1506:  ao  desembarcar  em  Constantino-
                                                          pla,  Miguel  Ângelo  sabe  que  enfrenta  o  poderio  e  a
                                                          cólera de Júlio II, papa guerreiro e mau pagador, para
                                                          quem deixou preparada a edificação de um túmulo em
                                          Roma. Mas como não havia de responder ao convite do sultão Baya-
                                          zid, que, depois de ter recusado os planos de Leonardo da Vinci, lhe
                                          propõe  a  conceção  de  uma  ponte  sobre  o  Corno  de  Ouro?

                                          Assim começa este romance, todo ele feito de alusões históricas, que
                                          se serve de um facto concreto para expor os mistérios daquela via-
                                          g                       e                      m                      .

                                          Perturbante  como  o  encontro  do  homem  do  Renascimento  com  as
                                          belezas  do  mundo  otomano,  exato  e  cinzelado  como  uma  peça  de
                                          ourivesaria, este retrato do artista em pleno trabalho é também uma
                                          fascinante reflexão sobre o ato de criar e sobre o simbolismo de um
                                          gesto    inacabado    para    a   outra    margem     da    civilização.

                                          É que, através da crónica dessas poucas semanas da História, Mathi-
                                          as Énard esboça uma geografia política cujas hesitações ainda hoje,
          passados cinco séculos, são igualmente sensíveis.

                                           E






                                                       stórias de dentro de casa inclui três novelas: “In memo-
                                           riam”,  “As  mulheres  de  João  Nuno”  e  “Agravos  de  um  artista”.
                                           Em  todas  elas  está  presente  uma  particular  visão  dos  homens  (e
                                           das mulheres) - uma visão filtrada pelo sentido de humor próprio de
                                           Germano Almeida.

                                           Vícios,  ambições  desmedidas,  agravos,  necessidades  comezinhas,
                                           vaidades  feridas,  convenções  sociais  obsoletas  mas  pertinazes,
                                           constituem um modo muito próprio do autor.

                                           Um mundo em que se reconhece, pelo exterior, o cabo-verdiano, e
                                           onde nos descobrimos, bem no fundo da alma de cada personagem,
                                           todos nós.»










                                                       como  poeta  que  Francesco  Petrarca  (1304-1374)  se
                                           É  distingue, sobretudo pelo seu Cancioneiro e pelos Triun-
                                           fos, obras traduzidas por Vasco Graça Moura - e especialmente pela
                                           arte do soneto, cuja estrutura aperfeiçoou de forma inovadora e de-
                                           finitiva,  e  que  não  deixou  de  inspirar  outros  poetas  até  hoje.

                                           Nesta  obra  notável,  a  maior  parte  dos  sonetos  é  dedicada  a  uma
                                           «musa impossível», Laura - e o amor, além de tema principal, ad-
                                           quire uma subtil dimensão erótica e lírica, cheia de metáforas que
                                           influenciaram toda a poesia posterior. Tudo isso contribui para que
                                           Petrarca, humanista e filósofo, fosse considerado o Poeta dos Poe-
                                           tas e uma das referências fundamentais da literatura ocidental.
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