Page 61 - Na Teia - Mauro Victor V. de Brito
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com recorte LGBT possíveis de se conectar, não apenas em São
Paulo, mas em todo o Brasil. Para se ter uma ideia, em meio à
pandemia de COVID-19, é fundada a Rede Brasileira de Casas
de Acolhimento LGBTI (REBRACA LGBTI), um grupo que
reúne representantes de centros de acolhidas a essa população
em todo o Brasil, ligados ao governo ou não. O coletivo funciona
para compartilhar e fortalecer boas práticas.
Todo esse movimento só é possível porque o pensamento
civil evoluiu a ponto de reconhecer e permitir novas discussões.
Pensamentos e atitudes conservadoras não desaparecerão tão
cedo, assim como seus governantes para regê-las, mas já há direi-
tos adquiridos que nem mesmo eles conseguem alterar.
A mídia exerce papel importante nessa evolução. Hoje, conse-
guimos observar um crescente número de programas de TV,
filmes, séries, vídeos de internet, influenciadores digitais, músicos
que conseguem tratar do tema de forma simples e bastante eficaz
para promover a reflexão sobre gêneros, sexualidade e igualdade
social. A arte abre caminho para a pauta. A série americana Pose,
lançada em 2018 e escrita por Ryan Murphy, trata de apresen-
tar a história da cultura LGBT da cidade de Nova York nos anos
de 1980. As personagens principais se dividem entre os bailes, se
apoiando em uma rede de famílias que constroem entre si, e são
obrigadas a lidar com a chegada do HIV/AIDS, ainda com trata-
mentos experimentais. A série tem o maior elenco de pessoas pretas
e mulheres transexuais da história, sendo indicada ao Globo de
Ouro e Emmy Internacional.
Em março de 2019, o grupo As Bahias e a Cozinha Mineira
lança o álbum “Tarântula”, em referência à operação da década de
1980. O grupo é formado por Raquel Virginia, Assucena Assucena
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